sexta-feira, 8 de maio de 2009

Encontros e desencontros



Uma boa dose de melancolia. Escrevi pensando em despedidas, em adeus, e na constante saudade dos que ficam.


-Olhou pela quarta vez no relógio. Ainda faltavam 20 minutos para a hora do embarque. Ele ainda não havia chego, provavelmente porque estava se despedindo de amigos e familiares. Mas para ela fora reservado o "lugar de honra" na hora tão triste do adeus, para ela fora reversado o último olhar dele e também o último beijo. Sentada ali no banco solitário e frio da estação não havia um pensamento sequer em sua mente, porém de tempos em tempos escutava como sussuros a risada dele, ou as eternas juras de amor. Já não doía mais pensar na perda, ou na inevitável despedida, as lágrimas haviam secado e o coração se acostumado a ausência, o tempo já havia cuidado das feridas antes mesmo de serem abertas. No entando, alguns meses atrás, quando foi dada a notícia da partida o desespero não cabia dentro do coração, perderia a companhia alegre dos braços e abraços. Mas com o passar dos dias e dos meses ele mesmo foi encarregado de acalenta-la e de acalmar o desesperado coração. Hoje na eminência da partida ela estava calma, a até impaciente com a demora dele, preocupada com um possível atraso.
Olhou pela quinta vez o relógio, 10 minutos agora, e logo adiante carregando a bagagem pelo corredor, lá estava ele, que sorriu quando a viu e ela correndo na diração dele retribuiu sorrindo apressada. Os olhares eram firmes, decididos, preparados para o que estava por vim, ele estava forte, controlado, mas sentia a angustia de deixa-la para trás, a permanente sensação de esquecer alguma coisa, esquecer de propósito a mulher de sua vida. Dessa vez não foi preciso olhar o relógio uma voz metálica avisava que faltava apenas 5 minutos, andando juntos e a passos rapidos ela o ajudou a carregar a bagagem e quando as malas foram entregues para serem guardads eles finalmente se viram sozinhos. Pararam, frente a frente, olhos nos olhos. Havia mil coisas para serem ditas, mais ela apenas disse que sentiria saudades, ele não conseguiu traduzir em palavras seus milhões de sentimentos e simplesmente a abraçou, abraçou apertado, acariciando seus cabelos e respirando seu perfume.
Quando a encorou novamente, disse que voltaria, que sempre voltaria por ela, e com um último beijo entrou no trem, que fechou as portas e partiu. E ela ficou ali, contemplando o vazio, com o gosto dos lábios dele e o cheio do perfume dele a invadir seu ser. Fechou os olhos pensando no quando o amava...amava de mais, a ponto de permitir a separação, afinal amar é liberdade...e ele precisava ir, e se fora.
Olhou somente por costume o relógio, e desejou que o tempo trouxesse ele de volta para ela na hora certa. E foi sorrindo saudosamente que deixou a estação.

Por Carolina

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