segunda-feira, 4 de maio de 2009

Lagrimas e chuva


O dia amanheceu tão frio aqui na minha cidade. Frio e chuvoso, e logo de manhã eu já estava desesperada procurando um agasalho para vestir. É duro quando as roupas de frio não te servem mais, e fui para a escola me sentindo estranha, talvez seja obra dessa umidade toda. Entre uma aula de filosofia e uma de sociologia fiquei olhando para a janela da sala, observando a água que batia e que lentamente escorria, e me lembrei de duas coisas ao ver a chuva. De uma menina da minha sala do 3°colegial, a alguns 3 anos atrás, intercambiária, da África do Sul, e de uma letra de música. Mais o que isso tem a ver com chuva? Simples, a Lana, da África do sul, desenhava muito bem e um dos seus desenhos era de uma menina beijando um menino na chuva, e havia uma frase que dizia que lágrimas na chuva desaparecem, porque se mistura com os pingos gelados que caem no rosto. Esse desenho me marcou, lembro sempre dele, pela beleza e pela história escondida por trás dele. Porque a menina estaria chorando? Será que havia brigada com o namorado, que desesperado e arrependido pela briga saiu correndo atrás dela embaixo da chuva surpreendendo-a com um beijo? Ou será que a menina triste com os seus problemas resolve sair por ai quando começa a chover, e -claro, obra de conto de fadas- o amor da sua vida aparece? Nunca vou saber. Mais uma coisa é certa, lágrimas e chuva se misturam, se disfarçam e uma passa a ser a outra. Simples, para mim, a chuva represente renovação, o fim de algo e o começo de outro, representa uma nova chance, uma esperança, um novo caminho a se seguir. Sempre penso na chuva como uma benção, como lavar a alma, como algo grandioso que vem lá de cima. E se representa tudo isso, lágrimas desaparecem e se tornam gotas de chuva, e quando tudo cessa, a chuva deixa o sol aparecer e iluminar tudo, assim como um sorriso no rosto de quem acabou de chorar. É mágico. Mais tento sempre pensar nos dois lados de uma mesma situação. É exatamente isso a segunda coisa que pensei, olhando a chuva na janela, uma música. Westlife. Queen of my heart. Um trecho dela fala "I'll always look back, As I walk away This memory will last for eternity, And all of our tears will be lost in the rain when I've found my way back to your arms again, but until that day you know you are the queen of my heart." Pois é, só mesmo com a chuva batendo na janela e o pensamento tão distante para eu pensar em coisas que as vezes nem fazem tanto sentido assim. Chuva, ela carrega a própria a antítese nela mesma, a tristeza e a alegria...o fim de toda uma caminhada dolorosa ou não e o começo de outra, que nos aguarda rumo ao horizonte, mais sempre tem quem espera a gente voltar. Como na música, eu encontro o caminho de volta...mais agora, preciso seguir em frente.

Tradução do trecho:
"Eu sempre me lembrarei enquanto eu seguir em frente
E onde ficaremos, pela eternidade
E todas as nossas lágrimas, se perderão na chuva
Quando eu encontrar meu caminho de volta, para os seus braços de novo
Mas até esse dia, você sabe que você é
a rainha do meu coração."

As vezes acho que nada do que escrevo aqui faz sentido, espero que seja somente impressão.

;)

Um comentário: