domingo, 31 de maio de 2009

Para não falar dela - Por Edson Detregiachi


-O piano postava-se frio à sua frente, calado em seu sábio ébano envernizado. A partitura em branco, como era difícil compor sem tê-la ao seu lado, a melodia perdia o brilho extravagante sem seu doce toque desafiador. Ela, agora, compunha sozinha, não precisava mais dele. Ele, agora, pertencia ao nicho profundo de passado do coração daquela com quem antes compartilhara espírito e alma.

Seu companheiro de teclas de marfim permanecia calado, talvez em respeito, talvez em reprovação, jamais saberia. Tocaria partituras antigas, poderiam ajudá-lo a inspirar-se. Haveria a mudança de distanciá-los ainda mais? Ao menos a nova cidade mostrou-se acolhedora com seus ares de aventura. A nova casa era esplêndida, a sala do piano, perfeita. O piso de madeira refletia docemente a luz da manhã que penetrava calma através das amplas janelas brancas, que se abriam para o jardim. E silencioso permanecia o antigo sofá de veludo no canto da sala, no qual ainda a via sentada ao olhar repentino.

O portão da casa mantinha-se sempre aberto, na esperança de que ela viesse e com seu toque mudasse o mundo ao redor. Sabia que ela haveria de voltar, até que um dia ela o fez. Ela veio, com seu estilo atrevido e encantador, e novamente sentou-se no sofá a apreciar suas músicas, bela. E belamente ela retornava, e seu coração enchia-se de uma paz silenciosa e calma, uma paz desconfiada. Seria realmente ela alí naquele sofá?

Como pudera, sua obcessão fizera-o confundir a meiga vizinha com sua antiga e avassaladora paixão. Aquela que, agora, compunha com outro, e não mais com ele. As tardes se passavam rápidas e ternas, era tão bom ter aquela menina ao seu lado, a serenidade e a alegria habitavam novamente em seu ser. Os olhos de carvalho fitavam-no admirados e apaixonados, talvez fossem de cobre, não sabia ao certo.

Não, não poderia enganá-la. Jamais poderia corromper sua alma suave e límpida com a decepção voraz e terrível da qual não conseguiria escapar. Jamais poderia compor com outra, não poderia livrar-se tão facilmente da sombra consumidora da antiga companheira que se deitava em seu peito. Teria que parar, haveria de parar, o que fazer? Talvez o tempo pudesse ajudá-lo, ela compreenderia? Não poderia sabê-lo, mas teria que agir. Trancou a sala do piano, e jurou não abri-la até que seu espirito se renovasse de seu triste passado. Somente o tempo, agora, escreveria nas linhas de seu destino.

Nota: Me surprendi quando entrei aqui e encontrei a continuação ou o final do meu texto ali de baixo. Assim, é surpreendente. Quem escreveu foi um amigo, eterno. Edson. Dou todos os creditor para ele. E fico com a saudade.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Para não falar de mim


- A música entrava suavemente pela janela do quarto. Era calma. A melodia perfeita para traduzir a beleza do céu azul daquela tarde. A moça sentada na cadeira estava de olhos fechados sentindo a brisa e a música suave que tocava seu rosto e ouvidos. Sabia exatamente de onde ela vinha. Semanas atrás havia visto a mudança chegar na casa vizinha e vira também o lindo piano lustroso preto entrar carregado por quatro homens. Não vira, entretanto, quem era seu dono, não sabia quem tocava, imaginava somente seu rosto, suas mãos, seus olhos... . Sabia que era um moço. Cristian. As vezes esse nome era chamado intensamente na casa vizinha. Perdida nesses pensamentos, despertou de seu "transe" quando a música parou, bruscamente. Uma nota desafinada e passos pelo corredor. Repentimamente resolveu ir até lá conhecer o músico misterioso. Ora, não aguentava mais aquela curiosidade. Queria saber quem era o dono daquelas mãos que tocavam ao piano. Quando chegou ao portão da casa ao lado se espantou. Estava aberto. "Se está aberto é porque devo entrar". Se assustou com tamanho atrevimento, relutou alguns minutos, o coração na boca, mais entrou. Encontrou a porta aberta e quanto pisou na soleira a música recomeçou. Era intensa. E a fez de uma maneira estranha, ter a certeza de que deveria prosseguir. Seguiu pelo corredor guiada pela melodia. A frente havia uma porta, somente uma fresta pela qual visualizou uma silhueta, ele estava ali, tocando, sentado de costas para a porta. Sem pensar duas vezes abriu-a. Ficou ali olhando-o tocar. E pela segunda vez naquela tarde a música parou. Ele virou para ela e os olhos se encontraram. Os dele azuis brilhantes, emoldurados pelos lisos fios de cabelos castanho-claro que batiam na altura dos olhos. "Cristian?". Ela chamou. Ele somente sorriu e apontou para um sofá. Ela sentou e ele recomeçou a tocar. Era lindo. Nem em seus sonhos imaginou tamanha beleza. Ficou ali algumas horas. Ele tocando, escolhendo partituras, perguntando as vezes qual ela preferia. Depois disse que ela deveria ir, mas que eles voltariam a se encontrar. E voltaram. Tardes e mais tardes eles passaram juntos. As vezes conversando, as vezes no silêncio das suas músicas. Crescia uma compaixão, uma cumplicidade, se tornaram mais que amigos. Os olhos azuis de Cristian se tornavam elétricos quando tocavam para ela. Até que um dia a música não veio. Um dia, Dois dias, três...nada de música. O portão permanecia fechado, o silêncio ensurdecedor. Descobriria tarde de mais que ele se fora. Sem despedidas, sem adeus. Somente se fora.


Nota: O final desse texto não cabe a mim. E sim a outra pessoa escreve-lo. Em breve estará aqui. Tem continuação. Essa história de algum modo me tocou.

Por Carolina

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Considerações

Selinho que recebi da Bia! Adorei ser lembrada por ela! Fiquei muito feliz mesmo.

Algumas considerações:
Fiquei muito tempo sem atualizar isso aqui porque estou preparando uma coisa interessante. Eu e um amigo meu estamos escrevendo um texto a quatro mãos. Eu já fiz minha parte agora falta ele terminar a dele e me mandar. Acho que ficará muito legal. Eu gosto de ver as várias opiniões das pessoas, o que elas sentem, ou como percebem o mundo. Virá por ai uma série de participações especiais.


"Não faças do amanhã
o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te."

(Trecho de um poema que diz muito sobre mim, qualquer dia coloco ele inteiro. Hoje essa parte diz tudo.)




sábado, 23 de maio de 2009

A de amantes...A de amor...


-Eu te amo...
-Uhmm..?!
-Eu...eu te amo...
Silêncio
-Ama...como assim me ama...quer dizer, como você pode afirmar isso...eu..eu..
-Calma...calma...é só um sentimento
-Mais você não pode, quer dizer não podemos, o que quer dizer com isso?
-Quero dizer que eu amo você, simplesmente pelo fato de amar, sem pensar em poréns e em porquês, ou em fatos e consequencias...amo...por amar.
-Já disse a você que isso era loucura, que a gente nunca deveria ter começado isso, que eu não poderia retribuir a você esse tipo de sentimento, eu não sei o que dizer.
-Mais eu sei muito bem o que dizer, sei que existem diversas maneiras de se amar alguém...e sei que você não pode ser inteiramente meu, respeito isso...mais não deixo de amar.
Ele sentou-se na cama. Passou as mãos pelos cabelos dela, beijou sua testa e olhou fundo em seus olhos.
-Quer explicar isso direito por favor!
-Sim...
Ela sentou também.
-É bem simples. A mãe ama um filho de uma maneira diferente do amor de um namorado pela namorada. O irmão ama a irmã de uma maneira diferente do amor do naturalista pela natureza. Assim como o amigo diz sem medo a outro amigo que ama-o também. Vê? São sutis diferenças. Eu amo você, mesmo sabendo que você irá embora amanhã, mesmo sabendo que sua vida não é minha, mesmo sabendo que suas mãos tocam outro corpo. É estranho mais é um amor livre, uma admiração, sem barreiras, é quase como um amor inocente.
Ele sorriu maliciosamente.
-Não tem nada de inocente no que acabamos de fazer...
-Oras...tenho que concordar...mais quando somos corações batem na mesma frequência, quando nossas respirações estão sicronizadas...é tudo tão primitivo, tão puro...tão simplesmente amor.
-Somente o amor é capaz de nos trazer juntos aqui todos os dias não é mesmo? Entendo o que você quer dizer...o amor nos da assas não é mesmo...mais sabe, ele volta pra casa.
-Ah...ele volta...volta sim...mais sempre retorna ao coração dos amantes...nunca tinha sentido isso por ninguém...é tão maravilhosamente novo.
Ele deitou na cama, ela sutilmente deitou a cabeça no peito dele e ficaram assim, alguns minutos, um sentindo a respiração do outro. Até que saindo de seu devaneiro ele disse.
-Você tem toda a razão, isso que temos é um tipo novo de amar...é tão diferente de tudo que eu já senti que diria antes de você me dizer tudo isso que não é amor...
-Uhum...
-Me promete uma coisa?
Ela levantou a cabeça e olhou nos olhos dele.
-Prometo...
-Promete que não vai me esquecer, oras...que vai esquecer até, mais que vai lembrar sempre de nós? Do que dividimos, do que descobrimos...
Ela não respondeu. Beijou os lábios dele selando a promessa do sim. Ele arrepiando. Deixou o coração falar.
-Eu te amo.


Intenso.


Por: Carolina

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A de amizade


Ela era assim. Discreta. Quieta. Observadora. Não falava de mais nem de menos. Não se fazia notar assim logo "de cara" quando entrava em qualquer lugar e sabia se fazer passar despercebida quando necessário. Tinha olhos expressivos e um sorriso encantador. Sorriso esse que poucos tinham o prazer de receber. Séria, mais não rabugenta. Firme, mais não dura. Justa, mais não impiedosa. Organizada. Possuidora de um gênio forte, decidido, impecavelmente correto. Quem a via pelos corredores da escola, andando assim de calça jeans e camiseta nunca dava a ela o valor merecido. Pensavam que era mais um nesse mundo onde tantas pessoas se encontram e desncontram. Mais tinha a capacidade de ficar irreconhecivel quando se arrumava, produzia-se sem exessos, clássica, mais sempre fino. Era raro ve-la desse modo, mais quem já havia visto afirmava com certeza que se tratava de outra pessoa. Nunca teve muitos amigos. Não gostava das risadinhas frenéticas e sem nexo das outras meninas, preferia a discusão de um filme, uma música. Não gostava da futilidade sem fim das outras colegas de sua sala. Talvez isso tenha afastado as meninas dela. Talvez isso tenha contribuido para sua fama de "chatinha" "sem graça" "metida a intelectual". Tinha o dom de trazer para perto dela pessoas deslocadas, que por um motivo ou outro se diferenciavam da maioria "normal". Eram pessoas assim que ela amava, pois traziam na alma a capacidade de serem autênticas, não se importavam para os comentários de mal gosto da maioria. Foi por esse motivo que ela e a menina com mechas rosa no cabelo se tornaram verdadeiras amigas. Ninguém entendia que ambas se entendiam. Gostavam das mesmas coisas. Iam frequentemente ao cinema, falavam sobre música, artistas e atualidades. Foi com essa amiga que ela aprendeu o significado da verdadeira amizade. Enquanto todas as outras que se diziam "friends forever" estavam indo embora esta permaneceu. Enquanto todos os outros fechavam a porta para um possível reencontro, a menina de mechas rosa no cabelo abria, não só a porta mais o coração. Puxou um banquinho e sentou-se bem do lado do seu coração. Ganhou um espaço fixo, cativo, na alma de nossa amiga que tinha um maravilhoso sorriso. E ela poderá dizer que viu esse sorriso inúmeras vezes, viu assim, do modo verdadeiro, na mais completa cumplicidade. Entre jogos de vôlei, jantares, filmes, comentários, cinema, cinema e cinema ambas descobriram o quanto uma era importante na vida da outra. Uma apoiava os sonhos da outra mesmo sabendo que um dia cada uma tomaria seus caminhos e elas ficariam separadas. Mesmo assim, elas sabiam que voltariam a se reencontrar, que nenhuma amizade forte assim se acaba tão derepente. Hoje mesmo caminhado pelas ruas da cidade eu vi as duas. Ah...que maravilha, a morena e a loira que agora não usa mais as mechas rosas. Cruzaram meu caminho conversando animadas. A morena me deu um sorriso tão surpreendentemente belo que arrepiei. Olhando assim as duas de longe, descobri que a amizade verdadeira é infinita. Dura para sempre. Resiste ao tempo e a distancia. E nunca, nunca deixa de existir, mesmo separando-se os amigos.

Por: Carolina

Ah...escrevi para minha amiga, Ana Luisa. Ela entendera. E em breve participará a convite meu desse blog!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Falando sobre...


Bom, vamos lá!
Selinho mandano pela minha nova "blogamiga" Bia (http://biananoruega.blogspot.com/). Fiquei muito feliz pela lembrança e pela consideração.

-Regras
O desafio consiste em:
*Escrever uma frase, citar um título ou contar uma historinha sobre seis assuntos nos seguintes segmentos: VIDA, CINEMA, LITERATURA, VIAGEM, AMOR E SEXO;
*Convidar seis colegas de blogs que realmente considere femininas e inteligentes;
*Linkar o blog que a convidou. Inserir as regras para que outros as repassem.
*Inserir o selinho que você recebeu do Papo Calcinha.


-> Vida
Faço minha as palavras de Charles Chaplin "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
Ah...quem me dera se eu pudesse ensaiar!

->Cinema
Alguém disse "O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho."
Quem concorda?

->Literatura
A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida.

->Viajem
A viajem é aquela distancia consciente. É ausentar-se de propósito. Para quando voltar tudo parecer mais colorido.

->Amor e Sexo
"O amor inventou a alma, a eternidade, a linguagem, a moral. O sexo inventou a moral também do lado de fora de sua jaula, onde ele ruge. O amor tem algo de ridículo, de patético, principalmente nas grandes paixões. O sexo é mais quieto, como um caubói – quando acaba a valentia, ele vem e come. Eles dizem: “Faça amor, não faça a guerra”. Sexo quer guerra. O ódio mata o amor, mas o ódio pode acender o sexo. Amor é egoísta; sexo é altruísta. O amor quer superar a morte. No sexo, a morte está ali, nas bocas... O amor fala muito. O sexo grita, geme, ruge, mas não se explica. O sexo sempre existiu – das cavernas do paraíso até as saunas relax for men. Por outro lado, o amor foi inventado pelos poetas provinciais do século XII e, depois, revitalizado pelo cinema americano da direita cristã. Amor é literatura. Sexo é cinema. Amor é prosa; sexo é poesia. Amor é mulher; sexo é homem – o casamento perfeito é do travesti consigo mesmo. O amor domado protege a produção. Sexo selvagem é uma ameaça ao bom funcionamento do mercado."

Esse texto do Arnaldo Jabor é maravilhoso....quem puder le-lo inteiro...
link aqui:
http://www.pensador.info/p/amor_e_prosa/1/

Não tenho tantas amigas com blog...mais vou passar para uma!
CAROLina (http://memoriastangiveis.blogspot.com/)


Por Carolina

;)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sobre perdas


Estranho pensar na morte. Mais estranho ainda é escrever sobre ela. No dia 26/05/2007 eu escrevi sobre a morte. Revirando as páginas de minha antiga agenda descobri que 2 anos atrás havia passado por um momento parecido com o qual passo agora. A perda. O fim. A última viajem que todos nós um dia faremos. Eis o que estava escrito:

- "A hora de todos um dia chegará. E com muita relutância dos que ficam, a dele chegou. Nunca mais teremos as visitas. Nunca mais os telefonemas. Nunca mais as broncas. Nuncas mais as piadas. Porém teremos para sempre as palavras, os conselhos sabios e os avisos. Teremos a lembrança das visitas, as fotos que eternizaram momentos, e para sempre teremos saudades. Infelizmente perdemos um grande homem que tinha um enorme coração. Que amava todos e todos o amavam. Tenho a certeza que agora ele olha por mim e por todos que amava juntamente com sua mulher. Não na condição de homem, de vida finita, mais sim na condição eterna de anjo do céu."

A história se inverte, quem partiu dessa vez foi uma tia minha muito querida, e em 2007 foi um tio muito amado. Mas o escrito serve para os dois. No fundo, a reflexão que ando fazendo pode parecer um pouco trágica, mais a vida continua apesar da morte. Apesar da morte temos que respirar fundo, guardar no coração as eternas alegrias que passamos com aqueles que se foram, olhar para o céu e ter a certeza que ele(a) estará em um lugar melhor. Apesar da morte...a vida segue seu rumo. Apesar da morte tudo deve continuar, mesmo sabendo que o fim é apenas o começo.

-Pode soar morbido, mais foi o que saiu hoje!

Por Carolina

Agradeço a Bia, a Lídia e a Carol que visitam meu blog!

domingo, 17 de maio de 2009

Minha vida é um filme


Ontem eu fui ao cinema. Ontem eu fui assistir "Anjos e Demômios". Mas não é desse filme que quero escrever, não é desse filme que vou falar, é que ir ao cinema ontem me fez pensar nas diversas maneiras que um filme pode "mecher comigo". Eu adoro filmes, eu amo sentar na frente da televisão, da tela do cinema e assistir quase sem piscar a sétima arte. Filmes me fazem sonhar, me emocionam, me fazem viver junto com eles as cenas de ação, de aventura, de reflexão, de romance... E cada vez mais fico na imensa vontade de trasformar minha vida em um filme, oras e porque não? Porque não posso sonhar um pouco, viver na mais completa realidade dos sonhos cenas que me marcaram? E torcer, mesmo sabendo que é improvável, para que tais cenas aconteçam comigo. Quero a magia de um conto de fadas, me trasformar na "nova ciderelera" e dançar a luz de velas com meu princípe encatando. Quero que algúem escreva "letra e música" para mim, quase como uma declaração de amor. Quero voltar "as origens" e descobrir o passado obscuro das pessoas que convivem comigo. Quero ter "sorte no amor". Quero uma aventura medieval, junto com o "senhor dos anéis". Quero desvendar o "enigma do príncipe" e me encantar no mundo de "Harry Potter". Quero lutar contra "anjos e demonios" para no final descobrir o valor da fé, o significado do sacríficio. Ah, poderia ficar aqui até amanhã descrevendo filmes e mais filmes, sonhando com personagens, cenas, beijos, lutas...são tantas as imagens que me ocorrem agora, gostaria de ter palavras para descrever todas elas mais sei que nada se compara com a emoção de assisti-las pessoalmente. Existe tanta coisa que eu gostaria de rever, existe tantos filmes que ainda quero assistir, e existe ainda tanta coisa para acontecer em minha vida. "Ahh..mais isso são só filmes...não existe na vida real" alguém poderia dizer. Sim, respondo eu, existem na vida real...alguém teve a idéia da criação, alguém teve que produzi-los, e oras...a arte não imita a vida? Ou seria o contrário? Não me importa muito isso agora, me importa ficar esse domingo todo revendo em minha memória cenas que me emocionam, que me aquecem o coração. Quero poder sonhar e acreditar que um dia tudo isso possa se tornar real. Antes que a realidade de uma segunda-feira me acorde de manhã, dizendo que tenho minha vida para viver...afinal, como diria um velho sábio "Não vale a pena viver sonhando, e se esquecer de viver." Penso nessa frase todo dia antes de levantar da cama. Mas ela não surte muito efeito, para esclarecimentos gerais eu sou uma eterna sonhadora.

sábado, 16 de maio de 2009

Olhares múltiplos


Pensando em tudo o que a gente vê e ouve e escuta durante a vida eu cheguei a uma conclusão. Conclui que cada um vive a vida de um jeito, que cada um sente a sua plenitude de um jeito. Oras, mais é obvio alguém iria dizer. E eu digo, não...não é obvio. Por vezes achamos que a nossa reação frente a algum acontecimento é igual a de todos que o presenciaram, por vezes achamos que nosso jeito de amar é igual ao da pessoa que amamos, ou que nosso jeito de olhar para um foto e se emocionar com ela é igual para todos que viram essa mesma foto. Mais não é, jeitos, sentimentos e emoções variam de pessoa para pessoa, de corpo para corpo de olhar para olhar. As vezes o que compreendemos de uma maneira pode ser compreendido de outra por aquele nosso melhor amigo. O modo de olhar ao redor e sentir o mundo é único de cada ser humano que vive nesse planeta. Uma obra de arte tem mil faces, um poema tem milhões de significados, um livro pode ser entendido de várias maneiras diferentes. O pintor sabe disso, o escritor sabe disso, e é por isso que qualquer arte se torna especial e única para as pessoas que a observa, que a lê. Mesmo estando na mesma sala, observando a mesma tela, a mesma gravura, duas pessoas sentirão aquilo de uma maneira única, e depois dicutirão talvez por horas com o amigo, namorado, irmão, o porque daquele modo de ver ser tão especial. Seres humanos são tão iguais e tão diferentes. Podem estar tão perto um do outro ou tão distantes. Se um se perde em pensamentos em uma aula de história coisas totalmente diferentes da revolução francesa estarão finalmente em sua mente, enquanto aquele que presta atenção aprenderá por exemplo o significado da quilhotina em tão sangrenta fase da revolução. Só quis usar esse exemplo (meio tonto eu sei) para dizer que mesmo no mesmo lugar, escutando a mesma coisa pessoas iguais entenderão tudo diferentes. É a incrível diferença que faz de cada um o que é. É isso que eu sinto ao escrever aqui, eu sei que meus textos serão lidos e serão compreendidos de diversas formas, e não quero nem penso em mudar isso, em unificar tudo. As diferenças é que fazem o mundo mais legal. As vezes alguém pode ler qualquer coisa aqui e não entende, sentir que aquilo não faz sentido, mais eu digo, faz sentido, leia de novo, respite fundo, deixe a emoção aflorar, entre na história e sinta sua beleza. Alguma coisa aquilo representará para você. Se não for nada, tudo bem. Se for alguma coisa, ai sim eu consegui alcançar minha pretenção. Fazer com que meus textos pelo menos emocionem quem os lê. Quanto a olhares diferentes, eu sei que eles existem e que tudo o que vemos é único e particular. Por isso pergunto...sabe a imagem lá em cima...o que você vê? Imagine uma cena...simplesmente imagine uma cena...o que me anima é saber que terei cenas únicas, e totalmente diferentes, mais vindas de uma única imagem.

Por Carolina

Pense nisso!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A dança


Essa é a história de uma música. Uma música que me marcou muito desde a primeira vez que ouvi. Triste, mais não deixa de ter sua beleza.


-Olhava o álbum de fotos com lágrimas nos olhos. Eram tantas lembranças, tantas emoções presas para sempre em pedaços de papel, momentos eternizados por um brilho perolado de luz de uma câmera de fotografar. Parou bruscamente ao encontrar a foto que tanto queria rever. Ele e ela sob o céu estrelado, dançando ao ritmo lento da música que aquela noite eternizou como sendo de ambos. Ela sorria tão maravilhosamente para ele na foto, o mesmo sorriso de todos os anos de amor que compartilharam juntos. Imediatamente sua mente se transportou para aquela noite, revendo cada detalhe, cada fato... ela estava linda, seus cabelos balançando com a leve brisa noturna e ele simplesmente encantado demais para deixar de guardar cada momento no coração. Quando a banda pediu que baixassem as luzes para a próxima música ela disse baixinho no ouvido dele "dança comigo?" e foi impossível recusar, levantou-se e a guiou até o centro da pista, quando seus corpos se tocaram foi com ternura, com amor, e quando ele a guiou pela pista nos primeiros passos de dança foi com toda delicadeza do mundo. Até hoje ele não sabe quanto tempo ficaram ali, poderia ser minutos ou anos, ficaria a eternidade com ela em seus braços. Então a música finalmente cessou, olharam ao redor e se viram sozinhos na pista somente acompanhados pelas estrelas e foi no momento em que ela sorriu para ele que a foto foi repentimamente tirada registrando muito mais que somente a imagem que nela continha.
Naquele momento sentado em sua sala com o álbum de fotos no colo e as lembraças a invadir a mente pensou com tristeza que semanas mais tarde tudo chegaria ao fim, tudo acabaria. E dançando sob a luz da lua, nem ele nem ela esperavam perder o amor que costruiram. Hoje ele sabia, hoje ela sabia, e vendo as fotos no álbum ele não podia mais conter as lágrimas, chorava não de dor mais de saudade, saudade da dança que dividiram sob as estrelas. Pensou resentido que talvez se não houvesse a dança ele não sofreria tanto com a perda, mas também ele não teria a foto e não teria a lembrança de estar ali, por mais alguns minutos com ela em seus braços.


Obs: Para mim tanto a letra dessa música quanto esse meu texto me trazem aquela velha lição de que vale a pena ter momentos especiais na vida, mesmo que depois eles se acabem...sempre teremos a lembrança e o sabor do sentimento que vivemos...

Link da música
http://www.youtube.com/watch?v=r79ag1G6SlA

Por Carolina

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Esperando o sol nascer


Nada como um dia após o outro. Nada como o tempo passar para acalmar o coração e faze-lo esquecer as dores. São pequenas atitudes, pequenos gestos e pequenos olhares que me dão a força necessária para seguir em frente mais uma vez apesar dos pesares. Para voltar a ter esperança, para voltar a acreditar que existe um futuro, no minimo, surpreendente me esperando. Não gosto muito dessa frase, mais tenho que adimitir que ela cabe bem para essa situação. "Tudo acontece no tempo certo" - só tenho que acreditar e esperar. Esperar não sem dor, esperar não sem angustia, não sem ansiedade, mais esperar com confiança e com a certeza da vitória. Com a certeza de que após uma noite escura, o sol surge de manhã, com a certeza de que depois de uma tempestade o céu azul brilhante aparece por entre as nuvens, com a certeza de que mais uma vez os olhos voltarão a sorrir depois de tanto chorar. É esse o eterno mistério das esperas, a capacidade de ter paciencia e força para entender que nada dura para sempre, que um sentimento substitiu o outro e que esse outro será por vezes esquecido. É essa dinamica de mudanças que me faz esperar pelo sol amanha de manhã, quando finalmente terá esgotado a chuva. Nada como um dia após o outro para se olhar para trás e pensar que o caminho adiante está livre, e sempre esteve se não fosse o medo de frustar novamente todas as expectativas.

Sinto um enorme carinho por aqueles que tornam minhas manhãs no cursinho mais alegres, agradeço de coração aos meus professores, a todos...que adimiro e amo tanto!

Um Beijo
Um abraço

Carolina

terça-feira, 12 de maio de 2009

Somente desabafos de um triste coração.


Observo a vida de outras pessoas. Vejo o caminhar e a evolução das escolhas de pessoas que observo. Vejo que estão felizes, que alcançaram seus objetivo, que amam, que são amadas, que podem contar sempre com os amigos. Vejo que as coisas para estas pessoas dão certo. Vejo que não há dúvidas muito profundas na vida delas. Vejo que sorriem. Vejo também contrastes, se comparar a minha vida com a delas. Não quero ficar aqui amargurando minha história, quero colocar para fora tudo aquilo que está dentro do meu coração, envenenando minha alma. Faz algum tempo que as coisas insistem em sair errado. Que a vida me prega peças. Que meus erros são maiores que os acertos. Que perco, repedidamente. É claro que aprendi muito com as quedas, mais quando elas são demais, machucam permamentemente. Ferem fundo, sabe, e demoram para cicatrizar. Achava que feridas antigas já estava fechadas, mais percebo que não, que estão abertas e sangram. Porque eu não posso alcançar aquilo que tenho lutado tanto para alcançar? Porque, apesar de me esforçar ao máximo, eu tenho que chegar ao fim e me conformar com o segundo lugar? (ou décimo, ou 1697°...). Será que minhas pretenções são demasiadas egoístas, e é por isso que me privam delas? Será que eu não mereço? Claro que minha situação atual é somente fruto de minhas escolhas, mais eu não quero mais consequencias, eu quero causa, quero ação. Achei que meu caminho era um, mais na verdade era outro, e agora quero acertar, e agora quero acontecimentos interessantes, surpresas, emoções. Cansei dessa vidinha mais ou menos, dessa rotina que eu aceito calada por não ter outra opção. Quero aquele monte de amigos, quero rir de brincadeiras, quero sair, conversar, conhecer pessoas simpáticas e boas de papo, pessoas inteligentes que gostem das mesmas coisas que eu, quero amar alguém, quero um namorado, quero ser amada. Será que é pedir de mais? Será que é muito? Será que não pode acontecer? Chega! Chega! Não quero mais essa solidão, esse conformismo, essa ilusão de somente sonhar...sonhos são sonhos, eu os quero real! Quero realidade! Quero minha vida de volta, porque as vezes acho que ela se perdeu em algum ponto do caminho. Eu até penso, no que fazer para essas coisas se tornarem reais, mais eu não vejo saída (nunca deveria ter deixado de ir no pscologo). Eu que devo mudar? Ou será que falta só mais um pouquinho? Será que eu tenho que aguentar só mais um pouco? Não dá, já aguentei de mais, já sofri muito em uma idade que geralmente não se sofre. Eu vivo lembrando do passado, claro, ele era melhor do que o presente, já que é frustante olhar o agora e ver que está ruim. Eu não quero mais praticar ações repetidas, não quero mais refazer exercicíos já feitos, ou assistir aulas já vistas. Eu quero uma vida onde pelo menos minhas mais humildes pretenções sejam realizadas. Será que dá? Será é possível? Eu cansei de esperar, cansei de rir da minha "sorte", cansei de não ter o que responder quando me perguntam as novidades. Eu cansei de esperar. Dá para acontecer ou vai ser dificil? Por favor, não demore ok? Estou perdendo as forças.


Desculpe. Eu geralmente escrevo o que sinto.
Mais eu sei que passa. Vou esperar, novamente.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Um resfriado

Resfriada. Dormi mal a noite toda. Sonhos confusos, vivídos, pareciam reais. Depois de tudo isso quero algumas coisas: uma noite de sono tranquila, algo surpreendende na minha semana e força para continuar.

Sobre a imagem: É, parece que o amor e o ódio são duas faces da mesma moeda. Ela dormiu sonhando com ele, quero também ter alguém com quem sonhar (mais uma coisa para a lista da semana)

domingo, 10 de maio de 2009

Nas entrelinhas do tempo


3 anos é muito tempo. 3 anos é tempo suficiente para muita coisa mudar. 3 anos é suficiente para muita coisa acontecer. Foram 3 anos, talvez um pouco mais, talvez um pouco menos. Mais o calendário e o relógio não negam que o tempo passou, e que a eterna roda gigante da vida deu inúmeras voltas. Ela, em sua fase mais saudosista de todas, lembrava de acontecimentos antigos, registrados em fotografias ou somente na memória. Eram histórias engraçadas, tristes, brigas, reconciliações, da antiga turma, da antiga turma de amigos que tivera. Infelizmente - ou felizmente- a maioria deles estavam separados, seguiram caminhos diferentes, nunca mais se falaram, nunca mais um teve notícia do outro, e a alegria dos encontros cedeu lugar a melancolia da saudade, e os assuntos se resumiam em lembranças de antigos acontecimentos. Em seu quarto, olhava o albúm digital das fotos que foram tiradas a 3 anos, das fotos que relembravam pessoas que deixaram saudades. Pensando sozinha antes de sair para a festa, lembrou que por diversas vezes encontrou um ou outro "das antigas" na rua, mais era sempre a mesma coisa, um olhar fugitivo, uma cabeça baixa, como se nada tivesse acontecido no passado, isso não era o que mais doía, o que mais doía eram as pessoas queridas, ou os antigos amores que haviam sido perdidos, esquecidos por terceiros, enterrados fundo no mundo de lembrancas, mais ela não, ela sempre lembrava, sempre teve saudade do grupo que havia se formado há 3 anos. Desligou o computador, terminou de se arrumar, e saiu de casa rumo a festa, era uma banda conhecida, saiu rumo a uma noite cheia de surpresas. Mas não podemos fugir do destino, não podemos evita-lo, nossos passos nos levam direto para ele, mesmo que desviemos do caminho. Não há outra saída senão ir de encontro a ele. Ao entrar no local, escuro, brilhante com suas diversas luzes, viu dois ou mais rostos conhecidos, caminhando na direção desses, foi distraída por uma antiga lembrança, uma antiga e conhecida voz que chamava seu nome, se virou, procurando...não podia ser - mais era- lá estava ele, parado em uma rodinha de amigos familiares sorrindo em sua diração. Caminhou com passos incertos, entre desconfiada e intrigada, e quando se aproximou o suficiente, deu um tímido "oi". Não havia motivo para timidez, tudo tinha mudado, mais estava exatamente igual, rostos, gestos, palavras "é tem coisas que realmente não mudam" se alegrou infinitamente quando a conversa ganhou força, quando um assunto puxava o outro, quando as gargalhadas eram inevitáveis...cantou, dançou, pulou juntos dos antigos amigos, das antigas pessoas que tanto tinha saudade. É incrível como o tempo passa e deixa tudo diferente, mais conserva algumas iguais. O tempo, carro chefe da efemeridade da vida, leva tantas coisas, mais trás outras de inestinável valor, o tempo esse ladrãos dos segundos sempre reservas tantas surpresas que não se pode prever. Foi sorrindo com os olhos que ela se entregou a emoção daquele reencontro, que olhou para o céu procurando a estrela mais brilhante para guardar de lembrança. E nesse momento ela soube, através de um olhar dele, que tudo na vida acontece no tempo certo. Na hora certa, e que se nos é tirado alguma coisa que é realmente nosso, isso volta, pode demorar mais volta. Feliz, mais desconfiada do destino, deixou que o tempo cuidasse de todo o resto.


Descrevendo algo que talvez não tenha descrição.
O que é o tempo?

Frase da tarde:
"Sei que o amor nos da asas...mais volta pra casa"

Por Carolina

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Encontros e desencontros



Uma boa dose de melancolia. Escrevi pensando em despedidas, em adeus, e na constante saudade dos que ficam.


-Olhou pela quarta vez no relógio. Ainda faltavam 20 minutos para a hora do embarque. Ele ainda não havia chego, provavelmente porque estava se despedindo de amigos e familiares. Mas para ela fora reservado o "lugar de honra" na hora tão triste do adeus, para ela fora reversado o último olhar dele e também o último beijo. Sentada ali no banco solitário e frio da estação não havia um pensamento sequer em sua mente, porém de tempos em tempos escutava como sussuros a risada dele, ou as eternas juras de amor. Já não doía mais pensar na perda, ou na inevitável despedida, as lágrimas haviam secado e o coração se acostumado a ausência, o tempo já havia cuidado das feridas antes mesmo de serem abertas. No entando, alguns meses atrás, quando foi dada a notícia da partida o desespero não cabia dentro do coração, perderia a companhia alegre dos braços e abraços. Mas com o passar dos dias e dos meses ele mesmo foi encarregado de acalenta-la e de acalmar o desesperado coração. Hoje na eminência da partida ela estava calma, a até impaciente com a demora dele, preocupada com um possível atraso.
Olhou pela quinta vez o relógio, 10 minutos agora, e logo adiante carregando a bagagem pelo corredor, lá estava ele, que sorriu quando a viu e ela correndo na diração dele retribuiu sorrindo apressada. Os olhares eram firmes, decididos, preparados para o que estava por vim, ele estava forte, controlado, mas sentia a angustia de deixa-la para trás, a permanente sensação de esquecer alguma coisa, esquecer de propósito a mulher de sua vida. Dessa vez não foi preciso olhar o relógio uma voz metálica avisava que faltava apenas 5 minutos, andando juntos e a passos rapidos ela o ajudou a carregar a bagagem e quando as malas foram entregues para serem guardads eles finalmente se viram sozinhos. Pararam, frente a frente, olhos nos olhos. Havia mil coisas para serem ditas, mais ela apenas disse que sentiria saudades, ele não conseguiu traduzir em palavras seus milhões de sentimentos e simplesmente a abraçou, abraçou apertado, acariciando seus cabelos e respirando seu perfume.
Quando a encorou novamente, disse que voltaria, que sempre voltaria por ela, e com um último beijo entrou no trem, que fechou as portas e partiu. E ela ficou ali, contemplando o vazio, com o gosto dos lábios dele e o cheio do perfume dele a invadir seu ser. Fechou os olhos pensando no quando o amava...amava de mais, a ponto de permitir a separação, afinal amar é liberdade...e ele precisava ir, e se fora.
Olhou somente por costume o relógio, e desejou que o tempo trouxesse ele de volta para ela na hora certa. E foi sorrindo saudosamente que deixou a estação.

Por Carolina

Feliz por receber comentarios da Darisa!
Feliz por voltar a escrever!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Escritos ao acaso 2


Escritos ao acaso em uma aula de espanhol (até agora não sei porque cursinho tem que ter aula de espanhol, vai saber...)

-Não posso ir para a blibioteca porque está fechada. E nas mesas do pátio as crianças sujam tudo com seus lanches farelentos. Me resta, novamente me perder nos mundo das palavras. É engraçado ser a mais velha da turma, uma experiência única e interessante. Igualmente interessante é observar as pessoas na sala. De uma laso alguns tiram fotos com a bandeira do Palmeiras, do outro meu irmão e seus amigos se divertem jogando qualquer coisa no PSP e eu escrevo. Escrevendo lembrando dos meus dias de colégio. De quando a única preocupação eram as provas semanais e as notas finais, de quando o assunto principal era p agir e o fazer de outros meninos e meninas e de quando um fim de semana era realmente um fim de semana. TUDO mudou. Tudo mudou com a formatura, com o primeiro ano de cursinho e o segundo e o terceiro. Apesar de agora minha preocupação ser o vestibular, a faculdade futura e o dinheiro para tudo isso, ou meus assuntos serem lei de ohm, nomenclatura de hidrocarbonetos ou a guerra fria e meus fins de semana representarem horas em paz com meus livros, eu não posso deixar de ter saudades daquela época. Mesmo agora tudo sendo mais real, mesmo sabendo que a ilusão daquela época me alienou. O pior é saber que não é a minha idade que me distancia dos meus "colegas de turma" e sim a minha grande quantidade de realidade, meus olhos aberto. Minha lucidez. A verdade é que tenho saudade de tirar ftoos com bandeiras e de descutir jogos de PSP mais simplesmente minha vivência faz todas essas coisas distantes de mim. Os tempos mudaram, ou eu que mudei?


Frase da tarde:
"Abri os olhos, não consigo mais fechar. Assisto em silêncio até o que eu não quero enxergar."

;)

terça-feira, 5 de maio de 2009

Escritos ao acaso 1

Texto que me veio à cabeça nessa tarde fria (anda esfriando por aqui, adoro...)

Parte 1

Havia terminado de dar o nó na gravata quando olhou para o relógio. Ainda faltava 10 minutos para a hora combinada. E provavelmente ela se atrasaria. Pensou sorrindo na antiga "mania" das mulheres de demorar para se vestir, mais logo concluiu que toda a espera ao fim era recompensada. Elas, ou melhor, ELA, sempre ficava linda. Pegou o paletó, as chaves do carro, verificou mais uma vez o rosto no espelho e saiu. Havia uma certa tranquilidade no ar, uma certa serenidade dentro e fora dele.Ligou o rádio do carro, que tocava uma das músicas do cd que ela lhe dera, ultimamente era assim, em cada espaço dele havia uma marca dela, como se aos poucos as vidas fossem se fundindo, se juntando, mais não para duas se tornarem uma, mas para ambas se completarem, se combinarem. Uma multiplicação, não uma soma. Guiou o carro lentamente pelas grandes avenidas da cidade, perdido em imagens e pensamentos. Pensando em como tudo havia caminhado perfeitamente para o que agora se apresentava. Ele nunca acreditou em acasos mesmo, e conhece-la daquela maneira não foi um mero acaso. Lembrou da primeira vez que a viu, sentada no laboratório...se ela soubesse que assim, a primeira vista, ele não havia visto nada de especial nela, talvez se chateasse, ou talvez iria rir, rir naquele tom zombeteiro tão caracteristico e tão misterioso. Todo o depois foi uma série de acontecimentos que levou ao nascimento do amor. Quando finalmente parou o carro em frente ao apartamento dela, pensou que mais uma vez valeria a pena, valeria a pena porque ele estava com ela, e junto dela tudo era mais colorido.

Continho romantico que tem continuação.
E tem uma historia muito bonita ainda para desenrolar.

;)
Continua...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Lagrimas e chuva


O dia amanheceu tão frio aqui na minha cidade. Frio e chuvoso, e logo de manhã eu já estava desesperada procurando um agasalho para vestir. É duro quando as roupas de frio não te servem mais, e fui para a escola me sentindo estranha, talvez seja obra dessa umidade toda. Entre uma aula de filosofia e uma de sociologia fiquei olhando para a janela da sala, observando a água que batia e que lentamente escorria, e me lembrei de duas coisas ao ver a chuva. De uma menina da minha sala do 3°colegial, a alguns 3 anos atrás, intercambiária, da África do Sul, e de uma letra de música. Mais o que isso tem a ver com chuva? Simples, a Lana, da África do sul, desenhava muito bem e um dos seus desenhos era de uma menina beijando um menino na chuva, e havia uma frase que dizia que lágrimas na chuva desaparecem, porque se mistura com os pingos gelados que caem no rosto. Esse desenho me marcou, lembro sempre dele, pela beleza e pela história escondida por trás dele. Porque a menina estaria chorando? Será que havia brigada com o namorado, que desesperado e arrependido pela briga saiu correndo atrás dela embaixo da chuva surpreendendo-a com um beijo? Ou será que a menina triste com os seus problemas resolve sair por ai quando começa a chover, e -claro, obra de conto de fadas- o amor da sua vida aparece? Nunca vou saber. Mais uma coisa é certa, lágrimas e chuva se misturam, se disfarçam e uma passa a ser a outra. Simples, para mim, a chuva represente renovação, o fim de algo e o começo de outro, representa uma nova chance, uma esperança, um novo caminho a se seguir. Sempre penso na chuva como uma benção, como lavar a alma, como algo grandioso que vem lá de cima. E se representa tudo isso, lágrimas desaparecem e se tornam gotas de chuva, e quando tudo cessa, a chuva deixa o sol aparecer e iluminar tudo, assim como um sorriso no rosto de quem acabou de chorar. É mágico. Mais tento sempre pensar nos dois lados de uma mesma situação. É exatamente isso a segunda coisa que pensei, olhando a chuva na janela, uma música. Westlife. Queen of my heart. Um trecho dela fala "I'll always look back, As I walk away This memory will last for eternity, And all of our tears will be lost in the rain when I've found my way back to your arms again, but until that day you know you are the queen of my heart." Pois é, só mesmo com a chuva batendo na janela e o pensamento tão distante para eu pensar em coisas que as vezes nem fazem tanto sentido assim. Chuva, ela carrega a própria a antítese nela mesma, a tristeza e a alegria...o fim de toda uma caminhada dolorosa ou não e o começo de outra, que nos aguarda rumo ao horizonte, mais sempre tem quem espera a gente voltar. Como na música, eu encontro o caminho de volta...mais agora, preciso seguir em frente.

Tradução do trecho:
"Eu sempre me lembrarei enquanto eu seguir em frente
E onde ficaremos, pela eternidade
E todas as nossas lágrimas, se perderão na chuva
Quando eu encontrar meu caminho de volta, para os seus braços de novo
Mas até esse dia, você sabe que você é
a rainha do meu coração."

As vezes acho que nada do que escrevo aqui faz sentido, espero que seja somente impressão.

;)

domingo, 3 de maio de 2009

Caminhando e escrevendo


Domingo. Aí teve aquela típica reunião de família. É quando um tio liga para o outro e diz "Vem almoçar aqui em casa que eu estou fazendo ___________" (espaço destinado para o nome da comida, que dessa vez foi capelette- família italiana é isso, massas massas e massas.) E como não podia deixar de ser diferente, fomos. Fui um pouco contrariada, tinha muita coisa para estudar e havia planejado passar o domingo com meus livros de física, mais enfim, as vezes a gente não tem escolha. Em meio ao barulho das crianças, do computador ligado, da T.V e das conversas altas dos meus tios (italiano não sabe falar baixo) me perdi em pensamentos. Sentada no sofá, com o último número da super-interessante na mão, fiquei pensando no meu blog, e no porque de te-lo criado, ainda não sei muito bem o que fazer com ele, ainda não sei muito bem o que postar nele, já vi pessoas que fazem de diários, já vi quem coloque receitas, já vi todo tipo de blog, e o meu? o que fazer dele? o que postar nele? Não tenho muito tempo para faze-lo de diário, passo grande parte do dia estudando, e não sei tantas receitas assim, então o que me resta? Oras, me resta colocar aqui meus textos, meus textos...como se eles fossem grandes textos, são imagens que me vêem na cabeça, ou sonhos que tenho quando estou acordada, ou simplesmente alguma coisa que me deu vontade de escrever...talvez pareçam em grande parte melancólicos, tristes, saudosistas, mais já ouvi que um escritor quando está feliz e contente não consegue escrever, e isso realmente é verdade. E é verdade também que fiz um blog, exatamente para extender de mim essa parte literaria, para reunir meus escritos em um só lugar e quem sabe tocar o coração das pessoas com minhas palavras (quanta pretenção hein...). Enfim, ali na sala da casa da minha tia, com a revista no meu colo, lia que o vestibular vai mudar, e isso me afeta diretamente, como tantas outras coisas e talvez escrever e postar aqui seja uma forma de desabafar, de contar o que sinto, mesmo que ninguém leia. No fim, eu encontrei um propósito para o blog, minhas impressões de mundo estão aqui, e pretendo conforme vou caminhando na vida, escrever, traduzir em palavras parte do meu coração. Continuo caminhando, continuo escrevendo.

Beijos para quem lê!

;)

sábado, 2 de maio de 2009

Uma loira, outra morena.

Subiam a ladeira do clube, era o caminho típico para quem queria voltar do clube e ir em direção ao Jardim. A festa havia sido ótima, e agora voltavam, caminhando rumo ao amanhecer.
-Nossa Dah, fazia tanto tempo que eu não me divertia como hoje...
-Éééééé...tem que divertir mesmo Cah, tem que aproveitar...sabe né, aproveitar- disse a loira piscando marotamente.
-Heyyy...não vem com essa piscadinha sua não, sei muito bem o que vc quer insinuar..e não tem nada a ver!
-Não, claro que não! Eu bem sei que você ficou sentada no bar a noite toda, não levantou de lá para nada!!
-Sua boba...ELE que me fez levantar, só para constar ok?
-Eu sei Cah...eu sei - e piscou novamente, dessa vez rindo gostosamente.
A morena riu também, balançou a cabeça arrumando os cabelos e continou a subida ao lado da amiga loira.
-Sabe Dah, eu também não sei onde você foi aquela hora que eu encontrei sua prima, sumiu é? - perguntou a morena forçando a cara de preocupação.
-Ah...é, esqueci de contar para você, eu fui ali atras do palco conversar com aquele meu amigo que toca na banda, lembra dele?
-Uhum...e ai vocês ficaram só conversando?
-Claro que sim Cah...mais que pergunta besta hein...- e fechou a cara, tentando de todas as maneiras não sorrir.
-Se você diz eu acredito. -disse a morena, agora foi sua vez de piscar.
Ambas sorriram, e se abraçaram, assim, meio sem jeito devido a ingrime subida. Como era maravilhoso ter ali do seu lado aquela amizade. Aquela amizade para todas as horas, a loira que subia ao seu lado era quase como uma irmã para ela. Quase como uma irmã.
-Sabe Dah, hoje faz 4 anos que a gente se conheceu, que coisa né...como passa o tempo!
-Verdade né, a nossa primeira festa juntas foi aqui, nesse clube, lembra que eu levei o maior tombo?
-Lembro...tadinha de você...ainda bem que não machucou...
-Sua besta...eu sei que você riu tá, confessa!!
-Não ri não, claro que não...de verdade!
-Tá bom...
Silêncio, cada uma tentava lembrar novamente da cena para tirar a prova se a morena rira ou não rira, não adiantou, não conseguiram. Continuaram a subida.
-4 anos né Cah, parece bem mais, parece uma eternidade!
-Realmente, para sempre minha irmã...Dah, você acha que a gente vai ser amiga para sempre?
-Não sei Cah, não sei...
A principio a morena ficou contrariada, "Oras, como assim não sei?" pensou, mais depois viu que a amiga tinha razão na sua resposta, é claro que ambas seguiriam suas vidas, é claro que ambas traçariam seus caminhos que por vezes iriam se desencontrar, e não fazia sentido nenhum uma prometer a outra uma amizade sem fim que depois não pudesse ser efetuada. Amigos são assim, eles não se separam, apenas seguem caminhos diferentes. A morena respirou fundo, olhou para o céu vermelho do amanhecer e deu o último passo, pissando finalmente no plano. Olhou para o lado e se deparou com o sorriso cúmplice da amiga, sorriu para ela, e as duas, caminharam juntas rumo ao sol nascente.


Dedicado a minha amiga Darisa, que mesmo longe está aqui perto!

;)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Entre estrelas e luas

Era uma noite comum como qualquer outra. Era o início do inverno, e já soprava um vento frio, que cantava pela noite escura. Se aconchegou nos cobertores, tomou um gole do chá quente e continuou ali, olhando para o céu gelado de estrelas. Ali da sacada de seu apartamente podia ver perfeitamente o céu, uma de suas maiores paixões, passava as vezes horas e horas a observar as nuvens, ou as estrelas, e a lua, que dessa vez estava fina, quase que somente um risco no azul-marinho intenso de um céu de inverno. Quanto ficava assim, perdida entre estrelas e pensamentos costumava lembrar de momentos especiais de sua vida, as lembranças era uma constante, e a saudade as vezes passava para uma visita. Essa noite em especial, pensava em sua infancia, do antigo condominio onde morava, das amiguinhas, da mãe que brincava com ela na caixa de areia do parquinho, da bicicleta-que nunca aprendera a andar- e de como era habil no patins. Lembrou das festas de aniversário, dos churrascos no quiosue, da aventura de salvar gatinhos que se perdiam embaixo dos carros, e até daquele gato que havia arranhado sua mão-uma cicatriz que permanecia até hoje. Sentiu o vento frio no rosto quando vislumbrou ela mesma correndo empinando pipa ou pulando corda, e correndo...correndo...correndo no enorme campo de futebol. Mais foi quando lembrou de seus pais, de seu irmão, e da felicidade que eles viveram juntos, das conversas, das risadas, que não resistiu, as lagrimas rolaram pelo rosto juntamente com um sorriso de alegria. Estava decidido, no proximo fim de semana voltaria para casa, visitaria os pais e abraçaria o irmão. Voltaria para sua "infancia", se permitiria ser criança mais uma vez. Resgataria aquele sentimento puro e infantil que estava guardado dentro do peito, e que somente ela e a lua mais fina agora do que antes sabiam que existia.







leiam
http://arquivo.potterish.com/?p=18976

Fiquem com Deus.