Aquela história

"Eu gosto tanto de você

que até prefiro esconder...

Esconder meus olhos, quando olham para você. Esconder meu sorriso, quando você chega. Esconder minha alegria quando estou ao seu lado.

deixo assim ficar sub-entendido...

Nas entre linhas do que falo, do que penso, do que digo a você. Nos espaços entre meus suspiros, nas brechas entre meus desejos, nas frestas dos meus pensamentos.

como uma idéia que existe na cabeça

e não tem a menor pretensão de acontecer...

Meu amor é somente amor. Somente querer bem. Somente ser feliz ao ver você feliz. Meu amor é isso, é idealização, é sonho. É escondido. É nunca.

eu acho isso tão bonito, de ser abstrato

a beleza é mesmo tão fugaz...

E por ser somente amor, simples, possui uma beleza própria. É o gostar por gostar, sem nada em troca. É o querer bem, o carinho desejado, sem egoísmo, sem posse, sem algemas.

é uma idéia que existe na cabeça

e não tem a menor pretensão de acontecer...

É sonho. É pensamento. É idéia. É como amo você. Amo sozinha.

pode até parecer fraqueza

pois que seja fraqueza então...

Sem forças de contar. De dizer. De declarar. E se eu perder essa pura admiração? E se eu perder sua forma simples de olhar para mim? E se eu perder você antes mesmo de ter, antes mesmo de dizer? E se...

a alegria que me dá

isso vai sem eu dizer...

Mas sou feliz mesmo assim. Sou feliz em poder ficar próximo. Sou feliz em te ter em pensamento, mesmo que em segredo. Fico feliz em poder amar. Amar sozinha.

se amanhã não for nada disso

caberá só a mim esquecer...

Sozinha assim, eu que sei de minhas dores. Eu que sei de meus amores. Eu que sei da minha vida. Sozinha com meu amor por você, eu que esquecerei, se precisar. Eu que chorarei, se machucar. Eu...não você.

o que eu ganho o que eu perço

ninguém precisa saber."

Ninguém saberá. Nem mesmo você. Nem mesmo eu.

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Um pouco de platonismo faz bem. Ultimamente anda fazendo muito bem.