sábado, 18 de julho de 2009

Para falar de você


-Fazia mais de 8 anos eu não o via. E agora esse telefonema. Achava que ele estaria no exterior, trabalhando, bem sucedido, feliz. Disse ao telefone que precisava ve-la, que precisava conversar. Ela deu o endereço do seu apartamento e ele disse que estava indo imediatamente. E agora as horas passavam como tartaruga e a ansiedade não a deixava relaxar. O sol lá fora prometia uma bela e calorenta tarde de domingo, e ela olhava pela janela sem ver o céu. Pensava somente na época em que eles eram crianças e apaixonados. Depois na adolescência e no amor proibido. Em como haviam se beijado pela primeira vez e em como haviam se separado. Durante mais de 8 anos eles não se falaram e não se viram. E agora este telefonema para relembrar as dores de um antigo amor.

Bateram na porta. Ela foi atender. Lá estava ele, radiante de felicidade. Não esperou ela falar, abraçou-a fortemente e entrou elogiando o apartamento e a cidade. Era estranho um reencontro assim. Ela estava confusa, perdida, não sabia o que falar nem o que esperar. Convidou-o a sentar, sentaram um de frente para o outro nos sofás da sala. Ela estava tão sem palavras, e ele tão cheio delas. Ele começou, disse que tinham tanto a falar, tanto a explicar, tinham perdido tanto tempo. Ele estava apaixonado. Ela perdeu o folego, respirou fundo, sorriu. Queria dizer que ainda o amava, que sempre o amou, que...parou o pensamento. Ele estava tirando um envelope de uma pasta. Branco, com letras em relevo. Colocou em cima da mesa de centro e terminou a frase. "Estou apaixonado e vou me casar. Não é maravilhoso! Gostaria muito que você fosse! Sabe...alguém especial...deve ir...vim pessoalmente para..." Ela já não ouvia mas nada. Com o convite nas mãos, só conseguia sorrir tentando conter a surpresa.

Ela levantou quando ele se levantou, abriu a porta se despediram com um beijo e um abraço. Ele cobrando a presença dela na festa, e ela prometendo ir. Fechou a porta. Contemplou o silêncio e a imobilidade do convite sobre a mesa. Respirou fundo, continuava confusa. Mas sabia ter acabado de aprender que o passado permanece no passado. Trancado no baú mais fundo da memória. É o presente que rege a vida. E era neste presente que ele se casaria, e ela havia sido convidada.



Por: Carolina

Um comentário:

  1. Esqueci de te falar que arrumei um moderador novo auishuahsuiahs depois te explico como aconteceu! achei bom porque nos duas estamos sem tempo né :/


    Bg :*

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