domingo, 29 de dezembro de 2013

Sobre mim, mais uma vez

-Acordei neste domingo com a mente distante e perdida. Não me encontrava mais em minha cama. Me perdi entre pensamentos e lençóis. Demorou até que me localizasse, aqui deitada em minha cama. Acordei e continuei ali. Encarando o teto. Contando as voltas do ventilador. E pensando. Pensei que talvez eu queria ser uma pessoa diferente. Pensei que queria ser alguém sem esse problema da ansiedade. Alguém calmo e tranquilo que encara as coisas quando elas chegam e não sofrem um bocado por antecipação. Pensei que queria ser alguém que lida de forma diferente com o ciúmes, com a dúvida, com a angústia, com os sentimentos em gerais que vem e vão e que as vezes insistem em ficar. Pensei que queria poder agir de forma diferente com as pessoas que amo, para parar de magoa-las. Pensei que sempre quis isso, e que talvez esteja conseguindo de forma bem lenta, lenta tipo tartaruga. E fiquei ali, de olhos fechados a imaginar uma vida assim. Se eu fosse assim. E fiz perguntas. Perguntas de como seria tudo diferente, se eu fosse também diferente. Sim, seria diferente. Seria, talvez, melhor. Melhor de um jeito que eu nunca virei a saber. Melhor de um jeito que talvez só exista dentro de meus pensamentos, no meu mundo imaginário e idealizado. Entre lençóis e cobertas, fiquei ali, ouvindo o silêncio de minha casa em um domingo pela manhã e pensando que o que sou hoje dependeu exatamente de eu ser uma pessoa ansiosa, não tranquila, que antecipa os acontecimentos e que olha para o horizonte em busca de algumas respostas para perguntas que ainda estão por vim. Torci para conseguir mudar de uma forma não tão passo de tartaruga assim. A verdade de tudo isso, é que penso que sendo assim tive muitas coisas que passaram por mim, sendo que na real eu que passei por tudo. Passei por tudo na tentativa de buscar por mim mesmo. Passei por tudo na vontade de me encontrar. Algo sempre fica. E o que fica é o que tenho de mais valor. Porque o que se foi, talvez nunca tenha sido meu. E por eu ser exatamente do jeito que eu sou o que realmente ficou, é o que realmente mais se identifica comigo. A conclusão, é que eu queria mesmo ser de um jeito mais leve. Mas não nego que gosto de mim mesmo, assim. E rezo para que exista pessoas neste mundo que ao olhar para mim, essa bagunça de emoções e sentimentos, se identifique também. Afinal, não seria isso o amor?



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domingo, 22 de dezembro de 2013

Um ano que vai, um ano que vem

- Eu terei saudade. Terei saudade das viagens. Dos passeios. Terei saudade dos amigos. Das risadas. Dos dias. Dos finais de semana. Das festas. Das pessoas que conheci. Dos lugares que visitei. Das horas que passei a esperar. Da saudade que senti. Terei saudade dos dias de sol. Das noites frias. Bem frias. Dos dias chuvosos. Úmidos. Dos aprendizados. Dos estudos. Dos trabalhos. Das aulas. Das novidades que surgiram. Dos obstáculos vencidos e daqueles que não venci. Da inevitável mudança. Interior e exterior. Das conversas. Das lágrimas. De alegria e de tristeza. Terei saudade do imenso céu azul, e do grande aprendizado que tive durante este ano. Terei saudade de 2013. Porque 2013 foi um ano. Foi o ano. De reviravoltas e voltas. De acordos e desacordos. De surpresas e de  muitas surpresas. Foi um ano de descobrir a verdade nos olhos das pessoas. De redescobrir a minha verdade. De resgate. De novos horizontes. De paz. De olhar para dentro. De compreensão. De mais calma. De mais sinceridade. Foi um ano de muitas alegrias. De muitas festas. De muitas risadas. De experiências inéditas. De abrir os olhos para o que deveria ser visto. E de fechar os olhos para tantas preocupações, algumas vezes. De esquecer. E de lembrar. De espiritualidade. De vida. De amor. 2013 foi um ano querido. Muito querido. Muito importante e que mesmo antes de acabar já deixa saudade. 2013 foi um ano de perder o fôlego. De vida mesmo, de muita vida. E de grandes e importantes decisões. Sinto que as escolhas feitas em 2013 estarão comigo pelos próximos anos, e que as consequências delas não serão pequenas. Foi um ano de responsabilidades. De vencer medos. E sei que essas conquistas me acompanharão. Sempre. Foi um ano de sonhos realizados. E foi um ano de muita realidade também. De pé no chão. De maturidade. 2013 nem se foi e eu já estou aqui, querendo que ele volte. Mas sei que não. Restam ainda algumas semanas de 2013 e eu já sei que a saudade ficará. Mas, no surgimento de um novo ano, eu esqueço essa saudade de olhar para trás e olho para frente querendo mais em 2014. Querendo muito mais. 2013 foi bom, mas 2014...será melhor. Sei disso porque a vontade de olhar para frente é imensa. E a curiosidade dos dias que estão por vim tomam conta de mim, por inteiro. Que venha logo, que seja ótimo, que traga paz, sucesso e muita alegria.

domingo, 6 de outubro de 2013

Feliz Aniversário

- E mais uma vez os dias me trazem essa data. E mais uma vez é chegada a hora de comemorar esse mais um ano. Mais um ano de vida, mais um ano de dificuldade, mais um ano de alegrias, mais um ano de surpresas. Os dias me trazem até aqui, e me fazem pensar nos acontecimentos desses últimos 365 dias de minha vida. Me fazem perceber que apesar de pensar que tinha aprendido e vivido tudo, ainda tinha mais coisas para viver e aprender e que será assim sempre. E esses dias me trouxeram tudo aquilo que havia perdido, tudo aquilo que havia deixado de lado, para ao fim me reencontrar. Estabelecer um equilíbrio que há algum tempo havia perdido. Me trazer paz. Me trazer tranquilidade. Me trazer força. Me trazer novos desafios e vontade de passar por todos eles. Esses últimos 365 dias, me surpreenderam. Foram mudanças atrás de mudanças, literalmente. Foram conquistas atrás de conquistas. Foram dias e dias de superação. De não olhar para trás. De não recuar. De seguir em frente. E posso dizer hoje que encarei o que veio com uma força que não imaginava ter. Que segurei firme e deixei bater o que teve que bater. Mas também senti a leveza das recompensas, dos sonhos que se realizaram, dos dias de sol e sem nuvens e das chuvas frescas. Não conseguiria sozinha. Eu sei. E contei com ajuda. Portos seguros, braços fortes, palavras de consolo. Contei com ajuda e desejo hoje que sempre conte, que pessoas assim sempre estejam comigo ao longo de muitos aniversários. Desejo então, para hoje, alegria, paz, saúde, força, paciência e humildade para encarar o que vier e para ser melhor diante da vida. Para ser melhor a cada aniversário e para entender que tudo muda inclusive minha idade.


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Quantos anos? 25.
Ou como andam me dizendo, um quarto de século. Me sinto orgulhosa de ter chegado até aqui. E feliz.

sábado, 31 de agosto de 2013

Pelo lado de fora


- Os olhos dele eram sempre misteriosos. Julgadores. Justos. E davam aquela impressão de antiga e vasta sabedoria. Os olhos eram de uma imensa vivência. Daqueles que viram de tudo, e que sabem de tudo. Só que insistia em dizer que de nada sabia. As palavras eram poucas. Os pensamentos eram muitos. As frases cuidadosamente elaboradas. Os olhos inquietos observavam tudo. Viam tudo. Compreendiam, porém, tão pouco. Sempre havia aquele segredo por trás desses olhos. Sempre havia aquele imenso oceano calmo, que dificilmente se agitava. E sempre havia a curiosidade. E uma grande vontade de minha parte, de mergulhar. De se jogar, de se afogar nesse oceano. De nunca voltar antes de compreender tudo. Poderia demorar dias, meses, anos mas a volta nunca seria uma opção até que a última compressão não estivesse clara. Só que me contentava em somente andar na praia. Em somente olhar de fora para aqueles olhos e imaginar. Em somente perguntar. Em somente tentar entender os motivos desses olhos tão sedutores. O tempo passaria. Os invernos. As primaveras. Os verões. E eu nunca mergulharia. Ficaria, talvez, nessa praia a contemplar os mistérios desse enorme oceano de olhos. Para sempre. Por toda a vida. A espera de um convite.


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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Eu nada sei

-Me sinto assim, mais livre, mais feliz quem sabe. Me sinto assim, com essa sensação de que as coisas mudaram, de que os dias passaram, de que os tempos não são mais os mesmos e de que eu já sou outra pessoa. Diferente. Não diferente de mim. Eu mesma, mas mais segura, mais calma, mais tranquila, mais forte. Hoje tenho a certeza de que os ventos são mais fortes, só que eles não me levam mais. Eu os sinto, e eles batem em meu rosto trazendo vozes que antes não ouvia, trazendo sorrisos de uma certeza sem nome que sinto, somente. Hoje eu sei que mudei. Não a essência, o interior, isso foi resgatado, não. O que mudou foram as certezas, a segurança, o sorriso, o brilho dos olhos. O frio é sentido com mais intensidade, o calor também, a vida é vivida um dia de cada vez, sem deixar de esperar ansiosamente o próximo e o desfecho de tudo, mas sabendo que cada pedra neste caminho deve ser recolhida e sentida. Me sinto assim, mais eu. Me sinto assim, como se tivesse renascido sem precisar ter morrido. Morri dentro de mim, para que pudesse renascer naquilo que sempre tive certeza que seria melhor e tinha perdido. Morri sem deixar de existir, e vi que eu mesma estava sempre presente, mas afastada. Voltei. E hoje sinto os ventos mais fortes, os ventos mais frios, os ventos mais quentes. E sei que o que eles me dizem. E sei afinal, que estou mais firme, dentro de mim.


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"Ando devagar porque já tive pressa, e trago esse sorriso porque já chorei de mais..."

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ser bem assim

-Havia um tempo em que os dias eram mais quentes e as noites mais claras. Havia um tempo em que tudo parecia tão distante e duro e tenso e trágico. Havia um tempo em que as horas arrastavam, em que as dúvidas eram constantes, em que os pensamentos infinitos em dias melhores eram cotidiano. Havia um tempo em que se desejava mais, em que se ansiava mais, em que se desesperava mais. Havia um tempo, assim longe de hoje, assim distante das horas de agora, em que tudo parecia um turbilhão de cores. Esse tempo passou. Assim como todos os outros tempos, idos e vindos nesse eterno vai-e-vem de sensações. Nessa eterna roda gigante. Nessa vida.

Houve um tempo, em que os sonhos eram obrigação, em que decorar respostas e suar as mãos era típico, em que o desconhecido era breu. Houve um tempo em que pensar além de alguns meses era difícil, em que planejar o futuro era impossível, e que contar as horas era rotina. Houve um tempo no qual a impaciência reinava, no qual as horas passadas pensando nas próximas horas tendiam ao infinito, no qual pousar os olhos na linha do horizonte e ter paciência era angustiante. Houve um tempo para isso, assim como houve um tempo para se ser jovem. E ser jovem era ser e viver tudo isso.

E houve também, um tempo de descreditar. De descrer. De achar que tudo que era correto estava de cabeça para baixo. E nesse tempo se descobriu que o de cabeça para baixo era o lado mais correto. Houve esse tempo, e muitos outros. Houve pessoas também. E palavras. E muitas palavras ditas, e muitos acordos desfeitos, o que é comum visto que quando se lida com pessoas, acordos são desfeitos a todo momento. Mas houve um tempo de sentir dor pelos acordos, e sentir angustia pelo que estava errado e deveria estar certo. Houve um tempo de desconcerto. Houve de tempo de ingratidão. Houve um tempo de lágrimas. Um tempo de pensar que assim, desse jeito, não poderia mais ficar. Após, sempre havia um tempo de reflexão. De luzes baixas e pouco brilhantes, de olhos fechados, de bocas caladas, de pensamentos a todo vapor, de entendimento. E houve compreensão.

Na verdade, era tempo de ser jovem. E era o tempo de sendo jovem, deixar de ser. De crescer. Mesmo quando parece que já se é alto o bastante. Porque o importante não é a altura. Então se vai. Se deixa, se esquece, se desprende e se solta. Leve, mas não livre. Solto, mas não desamparado. E surge um tempo de luz clara e brilhante, de pousar os olhos no horizonte com firmeza e garra, de acender a lanterna no breu do desconhecido e se provar.

E surge aquela paz, aquela calma azul, serena e plena. E a certeza de que realmente não se deve planejar mais do que alguns meses, de que o futuro é realmente impossível e de que nada importa do que estar por vir. Importa o que vier. Importa o que tiver. Como quiser. Como for. Como chegar. Na hora, será.

E será daquele jeito sublime e único e grande, como a grandeza dos momentos que se aguarda com calma. O que acontece antes, é preparação. O tempo que houve antes é necessário. Afinal apagar a luz é imprescindível.

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-Guardo no bolso a velha certeza de um amanhã. Somente isso vale. A certeza de um amanhã.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Falando de mim

-Época do fim. Fim de tudo que se conhece e início de tudo novo e desconhecido. A análise da situação permite a conclusão de que o tempo pedia mudanças a atitudes. O que incomodava não era somente a situação, era o interno. Era a vontade. Tudo dará certo, mesmo ainda pareça distante. Tudo anteriormente caminhou para esse final histórico em seu tempo. Tudo já pedia uma renovação. A alma pede, mesmo em silêncio. E há aquele desejo de se provas, de mostrar que pode. Finais são assim, cheios de despedidas, as vezes não tão queridas. E repletos de reencontros e novos momentos. Reencontros com o próprio interno.


-O céu se abre e mostra com claridade os passos. Era a vida, levando em um rumo diferente esse caminho. Novamente.

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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Na iminência

-Há momentos em que já não adianta contar com a sorte. Ouvir o que os outros tem a dizer. Pedir conselhos. Há momentos em que já não é mais possível escutar com atenção os fatos antecedentes, que não há mais sentido se basear em histórias passadas. Há momentos em que todas as crenças caem por terra, que nenhuma delas serve, que nada antigo faz sentido. Há momentos em que tudo se torna ladainha, palavras sem sentido, repetição. Daí, vem aquela vontade de se colocar a prova. De arriscar. De deixar os dados rolarem. De tentar o inédito. De fechar os olhos e se jogar. Quando nada mais faz sentido, quando o antigo perde o senso e a noção, quando o impossível olha nos olhos e desafia está na hora de se provar. Está na hora de pular no abismo. Está na hora de fazer do jeito que quiser. Está na hora de encarar com vontade o desconhecido. Está na hora de propor uma solução nova. Está na hora de simplesmente fazer de um jeito novo. Quando se arrisca assim, quando se fecha os olhos e somente segue os caminhos traçados, quando se coloca contra o vento, contra o premeditado, contra a regra só se escuta o silêncio. A falta de vozes. E não há como fugir. O destino encara, o tempo cobra, os dias passam e chega a hora de mostrar a que veio. Não há sorte. Há preparo. Há fé. Não há medo. Há expectativa. Expectativa de haver braços no final do abismo. De haver abraço no final da luta encerrada. De haver reconhecimento. Expectativa de olhar para trás, ou para frente, e saber que se fez tudo do jeito que se quis. Que se fez tudo do seu jeito.


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Estou na estrada. Do meu jeito.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

De volta ao início

-O tempo cobra. E seu preço não é nada leve. O tempo cobra. E seu jeito de cobrar não é nada amoroso. O coração insiste em errar os mesmos erros enquanto a mente insiste em dizer que o correto é ser sensato. Mas a paixão é tanta, que cega. A imensa chama interna insiste em não trazer à lembrança, ações, atos, palavras que deveriam fazer a diferença na hora de escolher as palavras. Só que as palavras simplesmente são ditas. E a dor simplesmente é inevitável. E o tempo cobra uma atitude. Ele cobra levando embora aquilo que se ama. Ele cobra tirando aquilo que se quer. Ele cobra e deixa aquela certeza enorme de que se houvesse sido diferente, a dor não seria tanta. Ele cobra pois antes ele tentou ensinar. E o sensato, frente a esse senhor insensível, é aprender. Antes que os danos sejam irreparáveis. Antes que não haja mais segunda chance. Antes que o vento tire tudo e mude tudo, novamente.









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"Come up to meet you, tell you I'm sorry.
You don't know how lovely you are
I had to find you, tell you I need you
And tell you I set you apart
Tell me your secrets, and ask me your questions
Oh let's go back to the start..."

Coldplay 




quarta-feira, 8 de maio de 2013

Você entende?

-A vida é assim. Efêmera. Finita. Mutante. A vida é assim. Bola de sabão. Chuva de verão. Tarde fria de outono. Passa. Arrasta. Leva embora. E, as vezes, trás de volta. A vida é assim. Infinita. E nos faz caminhar. Em busca de conquistar tudo aquilo que será para sempre. Mas nada será. Nada será para sempre. A vida mudará tudo. Transformará tudo. Faz inimigos. Junta amigos. Desencontra amantes. Encontra amores. Destrói sonhos. Constrói força. Acrescenta esperança. Fé. Paciência. A vida é isso. E é aquilo também. A vida é esse constante esperar pelos dias, meses, anos. A vida é ver o ano passar. É ter saudade de épocas boas. É entender que o passado ensina, apesar de machucar. É compreender que passos leves e olhos no horizonte são sempre necessários. É caminhar. A vida é curta. É longa. É dura. É mole. A vida marca. A vida consola. E não dá pausa entre suas rasteiras. E cobra. E pede. E exige. A vida é assim. Nada eterno. Apesar de infinita. A vida é isso. Constante. Variável. Exata. Apensar de humana. A vida é isso. Esse horizonte distante que o reflexo do sol nos olhos insiste em não permitir enxergar.


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Bom dia.

domingo, 5 de maio de 2013

A quem diga....

-Se eu abrir os olhos agora, estragarei a melhor parte do sonho. Então me esforço mais alguns minutos e os mantenho fechados. Vejo em minha mente mais algumas imagens repetidas, sobre tudo aquilo que não consigo parar de pensar. E só posso estar sonhando. Um sonho bom. Um sonho de paz. Um sonho no qual as lágrimas são de alegria, emoção. Um sonho no qual havia muitos sorrisos. Muita esperança. Um sonho no qual eu tinha confiança e olhava em direção a tudo percebendo que cada passo já estava traçado. E eu não quero e não posso abrir os olhos. Porque esse sonho não pode acabar. E eu me esforço mais alguns segundos para não abrir os olhos. Tudo passa tão rapidamente em minha mente. Tudo rodopia, gira em cores, formas, palavras. E eu me esforço para o sonho passar mais devagar. E ele realmente passa. E eu consigo entender claramente cada uma das imagens, antes embaçadas. Suspiro. Respiro. Preciso abrir os olhos. Relutante, dou uma espiada. Sinto a luz penetrar em meus olhos semi fechados. Abro os olhos devagar. Me vejo encarando o teto de meu quarto. Me vejo deitada imóvel em minha cama. Me vejo a contemplar a claridade da luz que entra pela minha janela. E tenho uma única certeza. Não era um sonho. E essa realidade é tão boa que dá medo de quebrar.




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É tudo não real. Mas nada normal.

terça-feira, 23 de abril de 2013

De mãos dadas


-Eu tenho essa saudade de tudo aquilo que ainda vou conhecer. Porque eu antecipo dentro de mim sentimentos que ainda vou sentir. Eu tenho em mim todos os sonhos do mundo e mesmo assim sinto que necessito de mais. Eu vejo meus olhos no espelho e sei que tudo através deles é antigo. E minha imagem envelheceu mesmo sem o tempo passar, nestes segundos em que mantive-os fechados. O tempo é tão longo. Os anos são tão compridos. E num segundo, num minuto, num mês tudo já se foi. Se ontem eu olhava dentro daqueles olhos, hoje eu sonho com eles. E me sento aqui a olhar o céu e as nuvens, com a brisa em meu rosto a pensar que adoro o outono. Outono que trás com ele todo esse clima de aconchego, outono que trás com ele essa saudade que agora faz morada dentro de mim. Porque eu sei que sem ela eu não viveria. E deixo o silêncio falar por mim.
E permito que a vida caminhe.
E que me leve.
Porque sei, que sou dona de mim.


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Sem sentido?
Tem muito mais de mim do que se pode imaginar.
Leia-me.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Um brinde a vida, meu amor.

-Houve um tempo, depois de passadas várias tempestades. Quando as tardes eram longas e as noites saudosas. Que eu acordava quase toda madrugada e ficava a lembrar daqueles olhos. Não, não tinha insônia, eu conseguia dormir normalmente. Somente acordava, leve e doce, na hora mais escura da noite, e  ficava mentalmente contemplando aqueles olhos. Ele, por si só, sempre foi e sempre será alguém que me encantou. Mas aqueles olhos por vezes, inúmeras vezes, me afogava em imaginação e mistério. Ele era novo, um pouco menos do que minha idade na época. Quase com  o mesmo estilo de vida que o meu. Quase com a mesma visão da vida que eu. Só que havia momentos em que eu podia ver, ao olhar fundo em seus olhos, as cicatrizes que a vida havia deixado nele. Só que eu podia sentir, ao olhar bem dentro daqueles olhos escuros a vasta experiência, a grande dor, o grande aprendizado que de maneira agradável ou não - e eu creio que não- a vida havia feito nele. Tinha momentos, que mesmo sem querer os olhos o denunciavam, e eu via claramente o quanto mais maduro do que eu ele era. Uma vez disse a ele "a vida marca as pessoas de jeitos diferentes" e nunca estive tão certo em minha vida. Uma vez eu disse a ele "a vida sempre marcará nossa caminhada" e nunca acertei tanto quanto neste momento. E ele soube o que eu quis dizer, tanto é que me olhou assim, humilde, concordando em silêncio e revelando a tamanha imensidão dos segredos que aqueles olhos revelavam. E nós tínhamos essa conexão. Pois eu sabia que tinha as mesmas marcas no olhar. E eu entendia. E admirava de uma forma tão intensa que podia ficar ali, naquele silêncio cúmplice que geralmente existia entre mim e ele, por horas conversando sem dizer uma só palavra. Eu nunca soube como a vida o havia marcado. Eu nunca perguntei. Ele nunca disse. Para mim bastava saber que havia tanto aprendizado. Para mim bastava ele sustentar meu olhar com o dele cheio de grandeza. Para mim bastava ele e seus olhos e todos seus carinhos e abraços. Muitos anos se passaram desde então. E nós compartilhamos disso por anos. Mas agora, eu preciso levantar a cada madrugada, preciso sentir meus olhos marejados de lágrimas, lágrimas essas que escorrem pelas rugas em meu rosto para me sentir compreendida por ele de uma forma incomum. Éramos cúmplices dessa vida, e sabíamos. Éramos velhos na alma com a idade de jovens. E a companhia um do outro bastava. E lembrar seus olhos é o que bastava nessas madrugadas escuras, saudosas e nem um pouco solitárias.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Papel e caneta

Um lugar qualquer, 24 de março de 2013

Meu querido,

Os caminhos dessa vida foram tantos, e tão longos que há algum tempo não te escrevo. Já digo antecipadamente que não te esqueci em nenhum momento de minha caminhada. Já digo antecipadamente que nunca me esqueço de suas palavras, conselhos, sorriso e abraços. Isso porque somente você marcou minha vida de um jeito totalmente único. Tocou minha alma o tempo que passei junto com você. Não, não te esqueci. Somente tive muitos outros conflitos a resolver que me tomaram tempo, tempo este que antes dedicava a te escrever. Não há nada de novo por aqui, agora. Tudo aconteceu junto alguns meses atrás. E foi uma verdadeira reviravolta. Mas não é sobre isso que quero te contar. Não falo mais sobre a tempestade. Falo sobre o arco-íris que veio em seguida. 

Meu querido, você não tem ideia do tanto que fui surpreendida por essa vida. Hoje vejo claramente tudo aquilo que você me dizia anos atrás e sei por experiência própria que tudo era verdade. O tempo passou e eu cresci. O tempo passou e eu mudei. O tempo passou e eu aprendi que nada nessa vida dura para sempre. Hoje me sinto mais feliz, mais forte, mais esperançosa e mais sonhadora. E vejo cada vez mais perto de mim a realização completa e concreta dos meus sonhos. Não, não foi assim sempre. Antes, meu querido, houve fortes ventos e grossa chuva, só que isso é assunto para outra carta. Nesta carta, te conto que ando pelas ruas a sorrir, que canto no chuveiro, que olho a vida por um lado mais iluminado e mais claro. Não que não tenha momentos de tristeza, eles sempre vem. Mas eu sempre sei que eles irão passar, então eu espero. Até nisso eu cresci. E aprendi que nunca é tarde para se reinventar. Que nunca é tarde para mudar as atitudes. Que nunca é tarde para amar mais as pessoas e estender a mão para o próximo. Tudo isso, veio de um dia para o outro, de uma noite para outra, depois de aprender que as pessoas gostam de quem gosta delas. Que atitude nobre, e isso aprendi com você, é a humildade. Lembra-se? Você sempre dizia que ser humilde era a maior característica de um ser humano. Eu achava que perdoar era a mais nobre ação, mas só quem é humilde sabe perdoar. E eu tento ser humilde. E me lembro de você. Dos seus olhos verdes e me ensinar, dos seus passo manso a andar pelo quarto branco, de seu sorrido tímido a me olhar de longe. Eu me lembro de você e sempre me lembrarei por mais longe que for. Por mais difícil que seja os caminhos, ou por mais fáceis. 

Te conto hoje que a a vida me fechou várias portas. No entanto, havia mais do que somente uma janela aberta. E eu agraço isso, agradeço por não desistir, quando todos esperavam minha queda. Eu  pensava em você, e seguia em frente. Afinal, como iria voltar e te encarar dizendo que desisti no primeiro grande obstáculo? E eu sempre pensava no que você me diria. E imaginava seus olhos a me repreender. Assim, buscava acordar toda manhã e seguir. Hoje estou bem. Hoje digo que encontrei pessoas que me ajudaram e me ajudam diariamente. E sou uma pessoa completa novamente. Sempre fui, somente não sabia. Hoje, me sinto mais feliz quem sabe. Mas tenho a certeza de que nada sei. De que muito pouco sei. E que nunca saberei o suficiente. Você sempre me dizia isso. E eu sempre achava que você era humilde de mais. E não era? 



Meu querido, deixo você agora a contemplar minhas palavras nesta carta. E saiba que aguardo sua resposta. Sei que pode demorar, afinal, depois de longos anos, essa carta será bem inesperada. A vida insiste em me afastar de você, só que te tenho comigo. Todos os dias.

Um grande beijo,
Um forte abraço.

Seus, eternos, olhos de carvalho.

CRZ.


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quarta-feira, 13 de março de 2013

Tudo dessa vida

-Depois de um tempo, aprendi que esperar é uma constante da vida. Aprendi que frustração é mais comum do que se imagina. Que tombos são frequentes e que é essencial ser forte diante da vida. Depois de um tempo percebi que confiança total e extrema só existe entre eu e meus pais. Que amigos irão decepcionar, que a vida vai insistir em te fazer incrédulo, fraco e pessimista. Aprendi que há mais dor que amor. Que ao final de uma caminhada, outra, mais desafiante se inicia. E que devo, independentemente do que for, ir em frente. Aprendi a dureza e a aspereza dessa vida. E sua amargura. Mas, aprendi que há cura para essas dores e tempo para as feridas fecharem. Aprendi que há amor em lugares inesperados. Aprendi que lar é aquele lugar que te acolhe independente de como você volta e que consolo sempre vem. Aprendi que o sol sempre nasce, que a chuva sempre passa, que o frio sempre traz junto consigo um cobertor. Aprendi que nada dura para sempre, seja alegre ou triste, bom ou ruim.  E que as coisas mudam sempre. Aprendi também a sempre esperar. A sempre ter fé. A acreditar. A vida judia. Mas ensina a amar.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Tudo isso

-Eu quero alguém que me tire o ar. Eu quero alguém que olhe fundo nos meus olhos. Eu quero alguém que me coloque no colo nos momentos tristes. Que acaricie meus cabelos quando estiver dormindo. Eu quero alguém sincero. Eu quero alguém que sorria ao me ver, sempre. Eu quero alguém que me faça surpresas, pequenas, grandes, inesperadas ou não. Eu quero alguém que planeje meu fim de semana. Eu quero alguém que discuta comigo quando estiver errada. Eu quero alguém que me acompanhe em festas, cinema, barzinho, e qualquer outro lugar que me der vontade. Eu quero alguém que me beije com amor. Que me trate com respeito. Que me escute. Eu quero alguém que fale em meu ouvido coisas bonitas. Que se lembre de mim quando ouvir alguma música. Que chegue de mansinho e conquiste meu coração. Que me surpreenda. Que seja maduro para sentar e conversar quando precisar, sobre qualquer assunto. Eu quero alguém que me elogie. Eu quero alguém que me acalme. Eu quero alguém que me de segurança. Eu quero alguém que me segure, quando eu quiser me jogar. Eu quero alguém que me ajude, quando eu quiser desistir. Eu quero alguém que me ligue de madrugada para ouvir minha voz. Eu quero alguém que cruze estradas para me ver, quando a saudade apertar. E eu quero que a saudade aperte. Que a rotina incomode. Que as coisas sejam diferentes. Eu quero alguém para cuidar de mim. Porque ando sendo forte por tempo de mais. Eu quero alguém que me traga coisas boas. Coisas novas. E coisas antigas também, que são mais confortáveis. Eu quero alguém que cure minha loucura. Que me deixe louca. Que tenha fogo. Que tenha vento. Que tenha amor. Eu quero alguém que seja para mim o que eu quero ser para alguém. Eu quero troca. Partilha. Divisão. Eu quero vida. Alegria. Sorriso. Eu quero amor. Verdadeiro e simples. Eu quero alguém que tenha um confortável abraço no fina do dia. Eu quero alguém que tenha certeza que quer estar comigo, somente por eu ser quem eu sou. E quero, ser tudo isso para alguém.


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Impossível? Será?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

3x2

-Raios de sol dourados abriam o caminho a frente. O céu era imenso e azul. O dia era quente. O vento entrava pelas janelas do carro amenizando o calor. Olhava para frente, e dirigia. Assim perdida em pensamentos, tinha a impressão que a estrada não teria fim. E assim desejava. Sentia uma leveza na alma, uma tranquilidade. A primeira vez, depois de tantos meses. Tão boa e agradável que sentia medo de tudo, mais uma vez, não passar de ilusão. Respirou fundo. Olhou para imensa estrada a sua frente, aumentou o volume do rádio do carro. Não havia necessidade de tantas perguntas. Na verdade, não havia necessidade de nada. Somente de deixar tudo acontecer, da forma mais suave e verdadeira possível. Nessa solidão tranquila das estrada, os pensamentos voam, e tudo se torna mais claro. Tudo tem seu tempo nessa vida. Tudo tem sua hora. A fase mais escura havia passado, agora era a hora do amanhecer. E ela merecia ser feliz. Merecia essa sensação constante de leveza, de paz. Merecia uma vida de verdades. De confiança. De amor. E assim como a estrada se estendia a sua frente, sabia que todos esses desejos se estenderiam a frente de sua vida. Porque ninguém carrega um fardo maior do que aquele que pode suportar. E ela havia sido forte por tempo demais. Agora era hora do intervalo. Agora era hora de  sentar a beira da estrada e apreciar os raios dourados do sol que já iam se despedindo. A noite estava próxima. Mas seria uma noite serena. Uma noite estrelada. Uma noite clara. Clara como a luz do dia, clara como o imenso céu sobre a longa estrada, clara como o último mês que havia passado. Clara como a vida havia de ser.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Enfim, adeus



 Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto dela. Antes mesmo de poder conter.
-Por quê? – Perguntou.
-Vivemos em mundos diferentes agora. Somente isso.
As palavras dele não pareciam ensaiadas. Pelo contrário. Possuíam uma estranha convicção de certeza inabalável. E tranqüilidade. Os olhos eram calmos. E secos. Os dela, já molhados, estavam vidrados nas palavras e no seu significado, talvez, oculto. O desespero cedo lugar para a angustia. E posteriormente a dor de mais uma despedida definitiva. Justo ela não sabia escolher as palavras para aquele momento. Olhou para ele.
-Eu somente não acredito que possa haver qualquer tipo de sentimento a distância.
Sorriu. O mais irônico dos sorrisos e caminhou para a porta. Ela estava ali. Sem reação. Forçando as conexões nervosas do seu corpo a funcionarem com coerência.
-Espere! – Conseguiu dizer.
Ele parou na eminência de abrir a porta. Com a mão na maçaneta, e se virou lentamente. Quase como se o tempo estive aos poucos se congelando. Ou quase como se ele tivesse todo o tempo do mundo para fazer o que quisesse.
-Não deve haver mais nada para ser dito. Não há mais explicações para serem dadas. Não há mais a que recorrer. É somente isso. E eu já estou indo embora.
Mais uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto. Inicio, quem sabe, de um oceano próprio que logo se formaria. Balançou afirmativamente a cabeça. Ela sabia que não havia mais “porém” nem “por que” . No entanto sentia falta de algumas explicações, somente porque mais algumas explicações o manteriam ali durante alguns minutos a mais. O tempo havia acabado. Deu por si quando ouviu o clique metálico da porta se fechando. Vazio. A última lágrima solitária rolou rosto abaixo. As próximas viriam acompanhadas. 


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Não me lembro se já postei esse texto. Li ele hoje novamente, mas ele foi escrito a tanto tempo. Ainda faz sentido e me lembro com muita clareza do que me levou a escreve-lo.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Foi assim que sonhei.

- A vida era branca. Era somente isso que podia afirmar naquele momento. A vida era um mar infinito e branco. Parecia a primeira vez que abria os olhos. Parecia a primeira vez que via o mundo. Parecia. Mas alguma coisa dentro dela, dizia que não era. Dizia que já havia vivido por aqui, que já tivera um nome, que já tivera uma razão, um motivo para abrir os olhos. Só que achava, agora, que tudo não passava de um sonho. E que agora, essa vida toda branca era nova e desconhecida. Quando se acostumou aos poucos com a luz e conseguiu abrir  melhor os olhos, percebeu que havia alguém ali, junto dela. Um moço. Quebrando a brancura inquestionável do local, havia um moço sentado em uma confortável poltrona ao canto, dormindo. Ela percebeu que ele respirava lentamente, calmo, muito tranquilo em repouso. Ficou olhando para ele durante uns minutos. Se perguntando o que estaria fazendo ali, presente em sua vida nova e branca. Será que ela o conhecia? Impossível, nunca estivera neste lugar antes. Fechou os olhos novamente com força, fazendo estrelinhas brilhantes aparecerem sob suas pálpebras, e os abriu. O moço ainda continuava ali, o quarto ainda continuava branco e silencioso. Não gostava desse silencio. Pensou que alguém poderia aparecer, lhe dizer o que estava acontecendo, lhe apresentar a esta nova vida. Mas ninguém vinha. Somente o moço sentado na poltrona, que dormia. Parou para observa-lo. Dormia. Respirava lentamente. Vestia um jeans escuro, uma camiseta clara, um casaco. Ao lado, no ombro da poltrona, um avental branco. Sobre a mesinha pequena, chaves, carteira, caderno, um embrulho de papel. Suas mãos repousavam em seu peito. Seus cabelos castanhos quase cobriam os olhos fechados. Aparentava cansaço, com profundas marcas de olheiras. Mas dormia extremamente tranquilo. Passado nisso alguns longos minutos, ela decidiu fazer algum barulho, quem sabe o acordaria, e assim pediria explicações sobre esse lugar, esse dia, esse excesso de branco. Se mexeu na cama, nada. Sentou e arrumou os lençóis, nada. Balançou o corpo fazendo as rodinhas da cama bateram no chão, ele se sobressaltou. Insistiu no movimento, ele finalmente abriu os olhos. Devagar num primeiro momento, se acostumando com a claridade num segundo momento. Quando se deu conta do que o tinha acordado. E ela pode ver a surpresa e a incredulidade nos olhos dele. Olhos simples, profundos. E quando os dois olhares se encontraram, tudo voltou. Ela ouviu o barulho do carro batendo, os vidros se estilhaçando. Os gritos. As luzes vermelhas, as sirenes. Ele de branco segurando sua mão. Ele ao seu lado prometendo que não iria doer nada. Vultos. Vultos. Vultos. Ele também num vulto, gritando comandos. Dizendo a ela que não iria doer nada. E a escuridão completa. Quando ela se deu conta, de tudo, viu que ele sempre esteve ali, dormindo naquela poltrona ao seu lado. Quando ele se deu conta, percebeu que sua vida havia voltado a fazer sentido. Quando ele se levantou, foi um segundo que o separou do abraço dela. Quando eles finalmente se deram conta, estavam chorando o milagre que havia acontecido. E ele esticou a mão até a mesinha pegando o embrulho de papel e entregou a ela. Ela abriu com delicadeza, percebendo que havia uma única coisa ali dentro. O botão de uma rosa branca. Um presente de boas vindas a sua nova vida.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Mas que se foi...

-2012. Não posso dizer que foi um ano ruim. Não posso dizer que foi um ano bom. Definitivamente foi um ano de emoções. De surpresas. De descobertas. De descobrir os outros e sua real personalidade. De descobrir a mim mesmo, minhas metas e desejos. Foi um ano de muitas perdas. De se perder quase tudo o que tinha conquistado em 2011. E foi um ano de muita força. De tomar decisões difíceis porém decisivas, de começar uma luta ruma a uma vida melhor, rumo a ser uma pessoa melhor. Todo início é complicado. Todo início gera esforço. Luta. Todo início gera dúvidas. E digo então, que 2012 foi um ano de inícios, e consequentemente de finais já que não é possível começar algo, sem terminar o anterior. Ver o fim é difícil. Mas agradeço por ter tido a força necessária para me manter firme mesmo em meio a tantas tempestades. 2012 foi o ano que me deu força. Que me fez ver o melhor de mim, que há muito havia esquecido. Que me fez valorizar sorrisos, que me fez entender atitudes, que me fez mais tolerante, e mais paciente. 2012 foi também um ano "pegadinha", porque justo quando reclamava que tudo estava tão sem graça, ele me mostrou todo seu poder de reviravolta. Acredito que era para ser. Acredito que tudo possui um significado oculto, que acaba por se revelar algum dia. E 2012 foi esse ano de perguntas e de porquês. E não de respostas. Foi um ano que me trouxe oportunidades incríveis, amizades maravilhosas, dias extremamente felizes. E o oposto de tudo isso também. Foi o ano que vi, e senti na pele, centenas de novas emoções, indescritíveis. 2012 foi embora, e não nego em dizer que queria que ele fosse mesmo. Que venha 2013, que seja um ano de respostas. Um ano de ventos agradáveis e de calmarias, mas de surpresas maravilhosas, inesperadas, e desejadas. Que venha 2013, um ano novo, novinho em folha, com tudo novo. Que venha 2013, meu ano novo repleto de esperança.