quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sem palavras


-Já faz um tempo que não consigo escrever como antes. Já faz um tempo que penso em histórias, e elas simplesmente não se transformam em palavras. Antes era tão fácil. Porque agora está tão difícil? É necessário amar para escrever? É preciso estar sofrendo para escrever? Não sei...não sei. Sei que há muito tempo minhas histórias ficam em minha cabeça, passando vezes e mais vezes como um filme, e quando pego papel e caneta elas desaparecem. Frustante. E para não abandonar de vez isso aqui, com minha recente crise literária, eu enrolo. Estou enrolando agora, enquando dou voltas e voltas, me perguntando quando voltarei a escrever. Talvez o segredo seja mesmo amar, para poder escrever. Ou desiludir-se no amor. Ou ter vários amores, fixos, não fixos, rolos. Sempre achei que o literatura estava junto com os amores. Se for assim então, vou começar a deixar isso aqui em silêncio. No silêncio de minhas palavras. E no barulho inquietante de meus pensamentos.
-Estava imaginando uma história de um lobo. Que corre pela mata, tentando afastar a dor de sua vida, antes humana. Um lobo que nega seus sentimentos por machucar de mais, um lobo que pensa em nunca mais ser homem, simplesmente pela condição humana trazer consigo uma enchente de sentimentos, as vezes incontroláveis. E tentando esquecer tudo isso, o lobo corria. Mas sabe, talvez histórias com lobos que se transformam em homens seja mesmo clichê. Quem sabe outra hora, quem sabe em outra oportunidade. Hoje vim aqui mesmo lamentar minha falta de histórias.
"Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi."
Mario de Andrade

3 comentários:

  1. É... eu acho que às vezes realmente ficamos assim, achando que para formar palavras que se encaixem, precise mesmo de um motivo, ou um super motivo.
    O amor faz nossos pensamentos vibrarem que surge tantas palavras que começam a sair até pela boca...
    Mas, olha...
    Somos mais que tudo isso que estamos vivendo e que andam dizendo por ai...
    Escreva que você é mais, que você pode mais e que você sente pena daqueles que um dia te conheceram e deixaram você partir...
    Deixe claro que quem perdeu não foi você...
    Foram eles.


    Gostei da história do Lobo, eu já me senti assim...
    Mas, eu não me contentava em ser lobo, e as vezes eu virava borboleta...
    Ser, ser humano é realmente difícil...

    Só não deixe que cortem as suas asas...

    Eu as vejo quando eu entro aqui.

    Abraço e bom dia.

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  2. Retribuindo a visita e o comentário.
    Tambem gostei muito do que você escreveu.
    Suas palavras a maneira como escreve.
    Você segue um contexto, ja eu não, cada texto parece escrito por uma pessoa diferente.
    Adorei ler o que escreveu.
    Atenciosamente:
    Artur (hypnos)

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