sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Música




Coração Pirata - Roupa Nova
O meu coração pirata toma tudo pela frente
Mas a alma adivinha
O preço que cobram da gente
E fica sozinha...
Levo a vida como eu quero
Estou sempre com a razão
Eu jamais me desespero
Sou dono do meu coração
Ah! O espelho me disse
Você não mudou...
Sou amante do sucesso
Nele eu mando, nunca peço
Eu compro o que a infância sonhou
Se errar, eu não confesso
Eu sei bem quem eu sou
E nunca me dou!
Quando a paixão não dá certo(Não há porque me culpar)
Eu não me permito chorar(Já não vai adiantar)
E recomeço do zero sem reclamar
Quando a paixão não dá certo(Não há porque me culpar)
Eu não me permito chorar(Já não vai adiantar)
E recomeço do nada sem reclamar
As pessoas se convencem
De que a sorte me ajudou
Plantei cada semente
Que o meu coração desejou
Ah! O espelho me disse
Você não mudou...
Faço porque quero, estou sempre com a razão
Eu jamais me desespero
Sou dono do meu coração
Ah! O espelho me disse
Você não mudou!
Você não mudou!
Não mudou ...
-Estou feliz. As palavras parecem que voltaram. Enfim, eu amo música, não consigo viver sem escutar qualquer coisa com melodia durante o dia, e com meu irmão sabendo tocar violão, fica perfeito. Essa em especial, diz muito sobre mim...mais do que deveria na realidade. Vou viajar nesse feriado. Descansar de livros e de apostilas. Volto a todo vapor.
Por: Carolina

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sem palavras


-Já faz um tempo que não consigo escrever como antes. Já faz um tempo que penso em histórias, e elas simplesmente não se transformam em palavras. Antes era tão fácil. Porque agora está tão difícil? É necessário amar para escrever? É preciso estar sofrendo para escrever? Não sei...não sei. Sei que há muito tempo minhas histórias ficam em minha cabeça, passando vezes e mais vezes como um filme, e quando pego papel e caneta elas desaparecem. Frustante. E para não abandonar de vez isso aqui, com minha recente crise literária, eu enrolo. Estou enrolando agora, enquando dou voltas e voltas, me perguntando quando voltarei a escrever. Talvez o segredo seja mesmo amar, para poder escrever. Ou desiludir-se no amor. Ou ter vários amores, fixos, não fixos, rolos. Sempre achei que o literatura estava junto com os amores. Se for assim então, vou começar a deixar isso aqui em silêncio. No silêncio de minhas palavras. E no barulho inquietante de meus pensamentos.
-Estava imaginando uma história de um lobo. Que corre pela mata, tentando afastar a dor de sua vida, antes humana. Um lobo que nega seus sentimentos por machucar de mais, um lobo que pensa em nunca mais ser homem, simplesmente pela condição humana trazer consigo uma enchente de sentimentos, as vezes incontroláveis. E tentando esquecer tudo isso, o lobo corria. Mas sabe, talvez histórias com lobos que se transformam em homens seja mesmo clichê. Quem sabe outra hora, quem sabe em outra oportunidade. Hoje vim aqui mesmo lamentar minha falta de histórias.
"Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi."
Mario de Andrade

sábado, 24 de outubro de 2009

Eu não sou ninguém



"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

Alváro de Campos - Fernando Pessoa -


-Tem horas que eu só queria fugir para meu universo paralelo. Mas ai eu lembro que universos paralelos não existem, e que eu tenho mesmo que enfrenter essa realidade. Da forma como ela vier, do jeito que tem que ser. De olhos abertos. Sem ilusão.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Cartas para mim


-Eu sonhei que recebia cartas. Cartas de alguém distante, cartas de alguém que eu não conhecia. E essas cartas eram tão bonitas, tão bem escritas, com linhas e linhas de uma caligrafia floreada e antiga feitas no papel fino com uma caneta fina. Eram cartas de amor. Juras de amor eterno para alguma donzela esquecida em um passado que não conheço, que ninguém conhece. Mas as palavras, o estilo, o romantismo de se mandar cartas em uma época que prevalece e-mails, me tocava, me emocionava e eu queria a todo custo encontrar o dono de tais palavras. As mãos que permitiam formar a bela caligrafia. E procurava, escrevendo para o mesmo endereço, mas não vinham as respostas, somente mais cartas, mais juras de amor, mais promessas de um amor eterno que superaria todas as barreiras. Sem assinaturas, sem nome do remetente. Somente destinatário. Somente meu nome, meu endereço, somente a mesma despedida em todas elas. "Daquele que te ama". Como poderia essas cartas me encontrar? Como poderia essas cartas serem para mim? Quem seria o autor? Quem seria... . E eu ficava perturbada por não saber, por procurar e não encontrar que, em meu sonho, passei a não abrir mais as cartas. E mesmo assim elas continuavam a chegar. Como se as palavras não pudessem acabar, como se houvesse um estoque inesgotável de papéis, de canetas, e de selos. Os dias passavam, e a quantidade de cartas aumentava. E eu não abria, não lia, não respondia. Até que finalmente elas pararam. E por dias eu sinti falta dos papéis, da caligrafia, da letra. Mas me tranquilizava por não ser alvo de uma amor que não existia, que não poderia existir. Não no século XXI. No fundo do meu ser eu queria que alguém tocasse a campanhia e dissese que era o autor das cartas, que viera me buscar, para viver comigo até o fim dos tempos. Impossível. Ilusão. Tudo o que existia era somente cartas, e palavras, que na maioria das vezes se tornavam vazias pela falta de algo concreto a que pudesse relaciona-las. E eu acordei desse sonho inquieta. Impressionada. Acordei desse sonho e vim até aqui escrever sobre o que vi, o que meu interior me mostrou como um filme. E agora que faço de minhas próprias palavras linhas, percebi -como de súbita compreensão- que eu era a donzela, que há séculos atrás figiu e deixou para sempre o príncipe que ainda procura por mim. Separados por anos, por décadas, por séculos. Ele ainda escreve. Me procurando. E um dia ele vai me encontrar. Ele vai me encontrar.
(piegas) Já disse que preciso parar de ler aquele romance. Ele me deixa com a cabeça totalmente cheia de nuvens. Nuvens cor de rosa!

sábado, 17 de outubro de 2009

Questões


-Entre todas as questões já resolvidas da minha vida, existem duas que ainda me deixam sismada. Duas que ainda não foram totalmente solucionadas. Uma diz respeito a desistência, e a outra, pode parecer piegas, (aliás, vai parecer piegas) diz respeito a encontrar o amor da minha vida. Quanto a desistência, bom, só tenho a dizer que eu realmente desiste de algumas coisas no começo desse ano. Desisti, não porque estava cansada de lutar por elas, mas por simplesmente não ter mais condição de sofrer. Cada passo que eu dava em direção a esse objetivo masoquista, machucava demais, depois de ter me enchido de esperança antes. Era cruel, foi cruel. E eu só me dei conta disso quando o buraco no peito era fundo de mais, quando eu já estava até acostumando de tanto cair e levantar. Alguém me disse uma vez "Então você vai desistir de tudo o que é difícil pela vida" quem sabe? Oras, as vezes o caminho mais fácil, também é o mais certo. Quem foi que disse o contrário certamente não conhecia todas as exceções da vida. Enfim, eu desisti e agora eu não quero voltar atrás. Mas as vezes ainda dói, ainda incomoda. Não que eu me arrependa, não. Eu somente quero seguir em frente, e tenho a certeza que acertei. Só que o olhar no rosto das pessoas, a reprovação, a frustação, não são coisas agradáveis de se ver. Eu queria somente que as pessoas tivessem por minhas decisões o respeito que eu tenho pelas decisões delas. Só isso. E quando eu puder ver isso, essa questão que ainda martela de vez em quando estará resolvida.
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-Quanto a segunda questão, a do amor da minha vida, creio que seja mais complicada. Complicada porque não depende somente de mim. Depende de outra pessoa. Depende das conspirações do universo ao meu redor. Eu sou extremamente romântica, clássica, e as vezes machuca sair pelas ruas e olhar os casais, olhar o jeito, as atitudes apaixonadas, as mãos dadas. E eu penso, penso que cansei de ficar sozinha, penso que quero alguém para dividir, para me dividir, penso que já levei muita pancada do amor, e que tudo isso não é muito justo. Pode parecer estranho, mas nem sofrer por amor eu sofri. Todos os "relacionamentos"- se é que pode chamar assim o que tive- foram superficiais de mais para me causar desencanto quando terminaram e isso também não é justo (como eu sou louca, querendo sofrer por amor!). Mas o que falta, o que eu sinto falta, é isso! É essa experiência que ainda não aconteceu na minha vida, como eu, uma pessoa que escreve de amor, de sentimentos, nunca amou de verdade? Nunca senti nenhuma das dores que eu mesmo descrevo? Tudo foi insipiente de mais, fraco de mais...quero a intensidade dos romances avassaladores que leio nos livros. Eu quero, e quero a pessoa certa para mim, na hora certa para mim, que parece ser agora. Será que é pedir de mais?
Estranho, mas eu acredito com todas as minhas forças que eu vou conseguir, que isso vai acontecer. Espero que sim.
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Desculpa os desabafos. As vezes os sábados parecem sufocantes, e as palavras me ajudam a superar tudo isso.

Nota futura: Não ler mais livros românticos, isso acaba comigo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Meu crepúsculo

"É o crepúsculo de novo. Outro final. Não importa o quanto os dias sejam perfeitos, eles simpesmente têm de acabar..."

Eu gosto do fim. Simplesmente porque com ele, nasce outro começo. E eu gosto de começos, apesar de ter medo deles, mudanças as vezes me assustam. Mas nada como o raiar de sol de uma manhã para levar embora meus medos, meus receios e me fazer desejar por novidade, por surpresas, por novos sentimentos. Não há nada mais bonito do que acabar tudo com um crepúsculo, e começar tudo com o amanhecer.

Talvez tenha mais nessas meras palavras do que eu mesma possa imaginar. Mas subentendidos, são somente subentendidos, e quem será que se dará ao trabalho de ler nas entrelinhas?

"Extingue-se o dia para todas as coisas, mesmo para as melhores; chega o crepúsculo."

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Quando eu amar...

"Amar:

Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...
O amor é quando a gente mora um no outro."
Mário Quintana
Não tenho muito o que dizer, não estou apaixonada por ninguém. Por ninguém que exista de verdade. No fundo eu só idealizo mesmo, e quero com toda paixão que existe em mim que ele apareça seja quando for. E que seja logo.

sábado, 10 de outubro de 2009

Além de mim

-Foi uma semana de comemorações. De presentes. Não somente presentes materiais, muito mais do que isso. Essa semana que passou mostrou para mim que ganhei presentes para a vida inteira. E eles não estragam, não saem da moda, não ficam pequenos nem grandes, esses presentes cabem certinho dentro do coração, e sempre serão na minha medida exata, sempre existirão além de mim. Eu ganhei amigos. Que são pessoas que te querem, apesar de nada. Que são pessoas que não irão embora, apenas seguirão caminhos diferentes do meu. Que são pessoas que possuem um pedaço de mim, mas eu possou um pedaço ainda maior deles. Precisei procurar por 20 anos, para encontrar amigos que me servem, que cabem em mim, que cabem na minha vida. Só que cada passo que andei nessa busca foi recompensado com a presença deles em meu caminho. Amizade é tão complicado, porém, tão simples! Eu ainda não a entendo, sinto...somente. Porque, acredito, que se reconhece um amigo de verdade no olhar, na cumplicidade, na devoção. Eu queria somente agradecer. Agradecer a todos meus amigos que fizeram essa semana ser maravilhosa. Que fazem todas as semanas serem maravilhosas. Que fazem a passagem pela vida ser mais agradável e feliz.

Obrigada!

Especialmente para meus amigos novos (de 2009), e para os velhos, porém amados, amigos de sempre!

p.s: Acho que vocês sabem que isso é para vocês né? Espero de coração que sim!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Entre bolos, velhinhas e balanços.


-Eu queria mesmo era ter postado amanhã, mas eu sei que não terei tempo e não quero também deixar essa data passar em branco (literalmente) por aqui. Amanhã é meu aniversário. Em 6 de outubro de 1988 eu nascia. Há quase 21 anos atrás. Eu adoro fazer aniversário, o oposto de muitas pessoas por ai, eu realmente não ligo para a idade (pelo menos não agora) eu ligo mesmo é para os valores que eu trago dentro do coração. A idade é apenas um número. Somente isso. Enfim, vamos a história. Quando eu tinha 11 anos, exatamente quase 10 anos atrás, e olhava para pessoas mais velhas do que eu, ficava imaginando como eu iria ser quando tivesse 21 anos. Talvez um pouco mais alta do que agora, talvez um pouco mais magra do que agora, talvez um pouco mais bonita do que agora. Na verdade mesmo, eu não sou hoje nada do que eu imaginava que seria 10 anos atrás. Eu pensava, quando criança, que ser "gente grande" era a resolução para todos meus problemas infantis. Mera ilusão, ser "gente grande" é ter que enfrentar problemas inéditos, e sair deles com soluções as vezes inétidas, é ter mais responsabilidade do que se imagina quando se tem somente 11 anos, é responder por tudo o que se faz - cuidando para as consequências dos atos não serem desastrosas. Mas também é sonhar com contos de fadas, brincar como se fosse criança, agir como se fosse criança, nem que somente as vezes. Olhando para trás, neste breve balanço, eu entendo que vivi meus 21 anos muito bem, não mudaria nada, não faria nada de novo. Cada fato aconteceu na medida exata para que eu chegasse até aqui do jeito que sou hoje. Feliz, com 21 anos, e me imaginando como estarei daqui mais 21 anos.
Agradecimentos adiantados a todos que me desejarem parabéns. Agradecimentos adiantados a todos que passam por aqui. E...PARABÉNS PARA MIM!

sábado, 3 de outubro de 2009

Quando tudo se torna inesplicável - Parte 2 - A queda


-Edward Vandergate era o filho mais velho do casal Vandergate. Um jovem misterioso, sempre calado, seus olhos negros desconfiados, fechados para qualquer sinal de manifestação sentimental. Mas era bonito. Muito bonito. De porte atlético, sempre era visto exercitando-se pelos arredores da propriedade dos pais que localizava-se na colina montanhosa junto a um grande penhasco. A casa erguia-se majestosa a beira do abismo, equilibrada entre o nada e o forte de pedra que a segurava. Havia várias lendas e mitos sobre a casa da colina e a família Vandergate. Cada uma mais fantasmagorica que a outra, de fato ao olhar a casa do vilarejo da planície não havia outra coisa a se pensar a não ser que era realmente amaldiçoada. Principalmente quando chovia e os ventos lamentavam gritando ao redor da casa.
E chovia no vilarejo e a casa, juntamente com os 4 Vandergartes dormia. Edward Vandergate dormia, profundamente perdido em seus pesadelos. Foi quando acordou, de sobresalto, com um grito horrivelmente choroso ecoando em seu quarto, vencendo as barreiras das portas e janelas, adentrando em sua mente. Seus olhos vidrados de terror não piscaram, se levantou com um pulo, vestiu o roupão vinho e saiu desabalado pelos corredores sussurrando freneticamente "Elizabeth" "Elizabeth"... . Como podia sua amada morta gritando pelos corredores da mansão? Não fazia sentido algum, pessoas mortas não gritam, pessoas mortas não andam pelos corredores, a não ser que...Não! Impossível. As lendas eram somente lendas. Mesmo assim iria verificar. Quando alcançou o grande salão de entrada e notou que as portas estavam abertas nem percebeu que o velho mordono estava ali, petrificado, falando sozinho alguma coisa sobre assombração, e espíritos. Edward, entretando, não prestou muita atenção, somente apressou o passo, ganhando finalmente a fria madrugada, as gotas de chuva molhavam seus cabelos escuros, sua roupa, mas ele continuava em seu caminho. Passou pelos jardins, contornou a casa indo em direção ao penhasco, a uns 6 metros de distância já avistou a cruz de pedra , o túmulo de Elizabeth. Sua noiva que havia morrido há alguns anos, brutalmente assassinada nos jardins da casa dos Vandergates, o assassino, no entanto, nunca fora encontrado. Ela havia sido enterrada a beira do penhasco, para viver eternamente na infinita imensidão do abismo. Edward ao se aproximar notou algo estranho, o túmulo estava aberto, vazio. Intacto, se não fosse a tampa tombada do lado, e frio. Como se não bastasse o susto do túmulo vazio, Edward viu, Elizabeth de costas a beira do penhasco, com o vestido branco a tremular ao vento, os longos cabelos loiros contrastando com a escuridão da noite. Edward caiu de joelhos aos seus pés, abismado, espantado, chorando de medo, de surpresa, de remorso. A verdade o atingia como flecha, mortal, esmigalhando seu coração, ele soluçava de desespero. Ele havia matado-a. Ele! Facadas certeiras no coração. Devido a uma briga, uma discussão, e agora ela havia voltado. Por vingança, talvez? Edward não conseguia parar de chamar por ela, de suplicar por perdão. Foi Elizabeth quando se virou, seu rosto imaculado,perfeito e seus olhos claros a encara-lo, julgando-o, acusando-o.
As lágrimas de Edward se misturavam com a chuva e ele sentia tamanho desespero que sem medir as consequências, foi ao encontro de Elizabeth, abraça-la. Em vão, seus olhos piscaram por um minuto antes da queda, era tarde de mais, o chão fugiu dos seus pés, ganhou o ar gelado da noite, ele ainda sapateou a beira do penhasco, mas caiu. Caiu em silêncio, sem gritos, sem súplicas, somente a certeza de que suas lágrimas de nada valiam. Ele era um assassino. Antes de bater com um baque surdo no chão de pedras, ele ainda pode ver Elizabeth, os olhos dela estavam no horizonte, firmes. Com uma última trovoada, a chuva cessou, as nuvens escuras e carregadas foram levadas pelo vento para longe, cedendo lugar a claridade bela do amanhecer. Foi com os primeiros raios da manhã que a família Vandergate acordou, glorificando mais um dia de vida.
Nota: Continuação. Foi um desafio para mim escrever esse texto. Nunca fiz a linha "escritora de mistérios" aliás, nem escritora eu sou, mas tentei. Parabéns Pedro! Essa continuação é seu presente! Queria mesmo te dar alguma coisa escrita por mim! Espero que goste.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Quando tudo se torna inesplicável


Relâmpagos riscavam a noite escura. Suas luzes ofuscantes penetravam pelo vidro das janelas da mansão, projetando sombras agourentas nas paredes dos corredores desertos. A família Vandergate dormia profundamente, cada um em seu quarto, presos em pesadelos particulares. O único som era o da chuva torrencial caindo lá fora. E só.
À meia-noite em ponto, o antigo relógio empoeirado da vasta sala de visitas disparou suas doze badaladas, cujo som grave e longo repercutiu pela casa como um lamento triste e distante. Ao soar da décima segunda nota, o silencio que se seguiu foi imediatamente rompido por uma estrondosa batida na porta da frente.
BAM!
Os escuros olhos de Alfred Owl Stewart, velho mordomo da mansão Vandergate, abriram-se no mesmo instante. O senhor cadavérico de setenta anos nunca dormia, sempre estava atento ao mais ínfimo barulho noturno. Por causa disso, seu patrão milionário, James Johan Vandergate, o apelidara de sua "Coruja de Guarda". Alfred odiava tal apelido. Afinal, ele odiava todas as coisas daquela casa, principalmente os nojentos patrões. Mas isso não importava agora.
Desleixadamente vestido, mas ainda sim apresentável, o criado mal-encarado deslizava com rapidez pelos corredores escuros segurando um candelabro aceso em uma mão ossuda e um pesado molho de chaves na outra. Em sua mente, ele amaldiçoava veementemente a pessoa que estava batendo uma hora daquelas.
- E quem tem que ir atender? – Resmungava ele, sua voz aguda ecoando nas paredes. – Sempre o mordomo, sempre o criado! Vida maldita essa minha.
Praguejando, destrancou as sete trancas da alta porta de carvalho, que precisavam de sete chaves diferentes do molho. Aprumando-se, ele girou a maçaneta e puxou a porta.
- Pois não? O que você quer aqui?
Para seu espanto, não havia ninguém do outro lado na noite chuvosa. Apenas água e trevas. Isso o deixou profundamente irritado, muito mais do que já estava. Ele não era pago para aturar criancices.
- Vão pro Inferno! – berrou para a noite.
Quando se preparava para fechar a porta e voltar para sua cama quente em seu quartinho apertado, entretanto, ele ouviu algo que o fez empalidecer feito cera e congelar exatamente onde estava, incapaz de se mover.
Um grito. Longo, rouco e horrivelmente choroso como o vento. Um lamento agonizante arrancado do âmago de uma alma solitária, que ecoou na madrugada pelos imensos campos de colinas. Indescritível, sobrenatural. O ambiente ao redor ficou frio e sem vida. E então, o silêncio caiu mortal nas planícies.
Nota: Um toque de mistério...mas a história continua. Eu escrevo a continuação. A primeira parte é do Pedro Carlos, amigo querido! O aniversário dele é amanhã resolvi postar para uma homenagem, quem sabe um presente!