
-Não minta para mim. Não conte histórias inventadas. Não esconda o seu coração. Não oculte-se atrás dessa máscara escolhida e colada perfeitamente em seu rosto. Seus olhos são tão bonitos, mesmo estando opacos, então, eu tenho certeza que seu coração também será. Não me deixe assim, com falsas promessas, com palavras vazias, com fingimentos. Eu sei quando você dissimula. E me calo porque percebo que você se perde dentro de você mesmo, sem saber qual história absurda sustentará a próxima. Olhe ao redor. Quantos muros foram construídos encobrindo sua verdadeira essência. Quantas negações. Quantas vontades e desejos oprimidos. Não, não minta para mim, eu sei. Eu sempre soube que era invenção. Mas eu sempre quis acreditar que você se encontraria um dia. Que me olharia com a luz brilhante dos seus verdadeiros olhos e me contaria o fato que já sei. E ficaria feliz em ver, pela primeira vez, você. Não use mais essa máscara. Sua dor pode ser a minha dor. Seu medo pode ser o meu medo. Seu amor pode ser o meu amor. Mas, agora...agora que sua face está oculta por tanto tempo, será que lembra como era antes? Será que sabe encontrar o ponto da estrada no qual, você se perdeu de você mesmo? Não encene mais. Não minta mais para mim. Eu não quero ver esse rosto estranho no espelho. Um rosto que você não reconhece. Vamos, sente-se aqui, tire essa máscara. Saia do personagem. Sente-se aqui, e chore no meu ombro. Chore a queda de um ser que você não conhecia mais. Chore. E eu poderia escutar sua verdadeira história. E talvez, te mostrar a minha antiga máscara.










