terça-feira, 9 de junho de 2009

Colorir com as cores do vento


-É que tudo é tão diferente, mais tão...igual.
-Cada experiência é única na vida.
-Eu me sinto como se estivesse vivendo a mesma situação de antigamente, mais percebendo coisas de uma maneira tão diferente...
-É que a gente cresce, começa a ver o mundo que nos rodeia de uma maneira totalmente, diferente. Para usar suas palavras.
-Todos querem viver a vida novamente, e é exatamente o que eu estou fazendo agora, e não acho que estou gostando.
-Pois deveria. Deveria aproveitar para fazer o que não fez antes, para pensar como não pensou antes, para agir da maneira que gostaria de ter agido antes, para não cometer os mesmos erros de antes...
-Para não pensar tanto no "se" ... você tem mesmo resposta para tudo.
-Não, eu só já vivi demais, já vi coisas demais, já aprendi demais.
-Já viu de tudo? Já sabe de tudo?
-Incrivelmente não, a cada dia que passa vejo que não sei nada, que não vi nada, que tenho tanto a aprender, apesar de já ter aprendido tanto. Por exemplo sentado aqui com você, olhando para o nada, isso é novo para mim...
-É novo para você conversar com uma pessoa que tem metade de sua idade...
-É novo para mim conversar com alguém que tem metade da minha idade, mais que tem tanta vivencia dentro do coração, tanto noção da vida que me impressiona.
Silêncio. Ambos olham fixamente e perdidamente para o por-do-sol visto da montanha. Lá embaixo a cidade. Havia o mundo sobre os pés deles.
-Sabe que nesse ano cheio de repetições que estou vivendo isso aqui é diferente de tudo que já fiz.
-Claro, nada acontece duas vezes da mesma maneira. Por mais que você ache que está tudo igual, por mais que você insista em dizer que está "reprisando" a vida, nada vai ser igual...e sabe porque? Porque alguma coisa dentro de você está totalmente mudada. O seu coração mudou.
-O meu coração...já sofreu de mais, mas também já sorriu, já chorou, já amou, já brigou, se irritou, se iludiu...ah...meu coração...
-Prepare-se para viver tudo isso de novo, de uma forma assustadoramente igual...mais sabe, diferente.
-Uhm...acho que voltamos ao mesmo ponto em que começamos.
-Fechamos o ciclo então.
-Tem tanta coisa que ainda precisava dizer.
-Ah...não terá...depois desse espetáculo...
-Qual?
-Observe.
E viram juntos o por-do-sol mais cheio de respostas da vida de ambos. O silêncio era cúmplice. O companheirismo e a amizade também. Estavam ali. E tudo o que restava não importava mais. As dúvidas já haviam sido apagadas com cores. Vermelho. Alaranjado. Amarelo. Verde. Azul. Anil. Violeta.


Nota: Agradecimentos especiais para o professor que me ensiou as cores do arco-iris. E que me inspirou nesse textinho. César.


Por: Carolina

3 comentários:

  1. caaa *.*


    eu amei teu blog
    to amando aideia de que você ta aqui também! haha


    beijos

    ResponderExcluir
  2. diálogo filosófico ahn :P
    Sempre iguais e sempre mutantes...
    Se fôssemos seres viventes deixaríamos os dias passarem desapercebidos talvez. E talvez isso fosse menos pesaroso. Mas prefiro acreditar no poder de nossas mentes! (Wow!)
    Bom, pieguices a parte, parabéns pelo texto.

    ResponderExcluir
  3. Caraca! Só tenho uma coisa pra dizer: Fantástico.

    ResponderExcluir