sábado, 29 de setembro de 2012

Matemática

- As coisas começaram a perder o controle quando a soma não era mais igual a dois. As coisas começaram a desmoronar quando duas vozes viraram três, que viraram cinco, que viraram sete, que viraram gritaria. As coisas começaram a seguir por um caminho obscuro quando as verdades começaram a serem escondidas, e os atos feitos no escuro. Quando a luz se apaga, já não se enxerga mais os olhos. Quando o muro cai, já não se consegue colar os tijolos. Quando o alicerce balança é porque já não era feito com somente dois pilares, e sim três. Sendo que o terceiro está no lugar errado. Equações matemáticas são perfeitas, são exatas. Um mais um sempre será igual a dois. A não ser que se some mais um. Aí, passa a ser três, cinco, sete, bagunça, confusão, dúvida e dor.
As respostas são claras, mesmo quando não se possui as perguntas. A interferência externa trouxa números a mais, palavras a mais, sugestões a mais, trouxe tudo aquilo que nunca deveria ser cogitado. Trouxe a possibilidade de atitudes que não deveriam existir. Trouxe que o errado era o certo, que o certo era o errado. Trouxe ondas de rádios, tipo aquelas chiadas que não fazem sentido nenhum. E no final, quando a conta já não dava mais certo, tudo desabou de vez. Afinal, os números não se encaixavam mais. E havia uma grande maldade por parte daqueles que sobravam naquela soma. Para os outros, dor. E tempo. O tempo constrói tudo. O tempo leva tudo.

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