quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tingir


-Eu sempre soube que seria assim. Que quando olhasse novamente para seus olhos verdes eu desistiria de qualquer vingança. Já não importa tudo que passou. Já não quero pensar nos dias perdidos sem você. Nas dores. Na solidão. Eu sempre soube que quando olhasse para seus olhos verdes, perderia as forças. E agora, eu em seus braços, pele com pele, sentindo seu toque, seu perfume, não penso mais em nada. Não penso nos outros lábios que você beijou, nas outras mãos que segurou, nos corpos que abraçou. Agora, neste instante, marcado pela luz que entra pelas cortinas abertas, iluminando você, iluminando eu, sei que era amor. Sempre será amor. Porque eu perco a força diante de você. Porque eu esqueço dos meus erros, dos seus erros diante de você. Porque eu te perdoo e te amo assim. Errado. Errante. Mas meu. Sempre meu. E sempre aqui, neste quarto, nesta cama, neste silêncio. Não vou negar que sofri, que chorei, só que foi somente agora olhando para seus olhos verdes que compreendi. É amor. Nós aqui e tudo, é amor. Nada importa. Nada machuca. É amor. Só eu, você e minha certeza. Verde certeza.

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Esse merece uma explicação. Uma vez, eu amava uma pessoa. Mas amava mesmo. O mais platônico de todos os meus amores foi esse. E (acho que chegou a hora da revelação) todos os meus contos em que aparecem olhos verdes, são inspirados nele. Que nem sabe que um dia eu amei. E eu amo ainda. Sonhei com ele esses dias. Saiu esse texto. Um dia, ele vai saber.

Um comentário:

  1. Tenho medo de amores platônicos. Ou talvez tenha medo de nunca viver um. Gosto muito dos seus textos =) Onde você encontra essas imagens tão bonitas?

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