sábado, 29 de agosto de 2009

Ora (direis) ouvir estrelas!

"Última estrela a desaparecer antes do dia,
Pouso no teu trémulo azular branco os meus olhos calmos,
E vejo-te independentemente de mim,
Alegre pela vitória que tenho em poder ver-te
Sem "estado de alma" nenhum, salvo ver-te.
A tua beleza para mim está em existires.
A tua grandeza está em existires inteiramente fora de mim."
(Alberto Caeiro - Fernando Pessoa)

-Quinta-feira eu fui no observatório da minha escola. Apesar de estudar lá durante 11 anos, eu nunca havia subido até o 4° andar, e nunca havia ousado chegar perto da escadaria que leva até lá. Exceto nesta quinta-feira. Consertado, arrumado e reativado, lá fomos eu e minha turma para uma aula de astromonia. Que foi única. Ver o teto se abrindo magicamente sobre minha cabeça foi incrível. Olhar para cima e contemplar o céu estrelado foi maravilhoso. E, eu, ali de baixo daquela imensidão prateada não tinha outro pensamento a não ser o de quanto sou pequena perante todo o universo. Assustador. Mas tudo lá em cima não depende de mim para acontecer. Simplesmente está tudo lá, na mais perfeita ordem, na mais completa tranquilidade, no mais inquietante silêncio. Quando olhei pelo telescópio e vi Júpiter, entendi que a ordem natural das coisas não obedece as leis humanas. Júpiter olhou de volta para mim, e no mais completo respeito permitiu que eu entendesse o quão grande é o universo ao meu redor. Eu fiz somente retirar meus olhos ansiosos do visor, voltar minha visão para o alto, para longe, como se naquele momento todos os planetas, todas as estrelas parassem para que fossem observados por humanos curiosos. Olhos que enxergam somente sua imensidão.




--Misturei alguns poemas, desculpem a confusão. Mas é que fui incapaz de escolher entre um somente. Então, decidi pelos dois, um em cada função. A de nomear este post, e de inicia-lo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Tenho todo o tempo do mundo

-Não tenho muito o que escrever. Parece que quando tudo está tranquilo e em paz as palavras ficam escondidas em algum lugar, que ainda tenho que procurar. Mas caminho pelas ruas pensando em palavras, olhando para o céu e fazendo frases e mais frases que simplesmente me faltam nesse momento. Não tenho grandes reflexões, não estou angustiada com nada, não estou pensando muito no futuro ultimamente. Tudo está calmo, como o vento que entra agora pela minha janela, me lembrando que não vale de nada ficar aqui enrolando, enrolando e enrolando. Havia somente uma preocupação, uma ansiedade, uma expectativa. Mas essa também se foi com o passar dos dias, com as verdades se revelando mentiras, e com o cair das falsas impressões. Não entendo muito bem o porque de uma pessoa jurar palavras vazias para outra, não entendo muito bem o amor também. Por isso fecho os olhos, e espero o coração se recuperar(acho que na verdade ele nunca esteve ferido) era tudo impressão. Era tudo passegeiro. Assim como essas palavras, assim como essa vida, assim como essa brisa que já se foi há tempos pela minha janela.




-Não sei como está minhas visitas atualmente, queria pedir um favor. Tenho que arrumar uma fantasia para uma festa. Alguma idéia? Espero que tenham mais imaginação que eu.

Agradeço



Por: Carolina

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ao fim


-Fabiano tinha medo. Medo de se envolver de mais, de se apaixonar e depois perder Laura para sempre. Era inevitável que iriam se separar. Ela iria mudar de cidade com a família no final do ano, e ele permaneceria na mesma cidadezinha do interior. Por isso Fabiano havia se afastado de Laura, se mantinha longe do telefone, evitava passar perto da casa dela quando voltava do trabalho e tentava a todo custo ignorar a dor. Quando seus pensamentos o traiam ele discava os 8 dígitos do telefone dela e ouvia a voz doce do outro lado dizer "Alô?". Fabiano não tinha coragem para responder porque tinha medo. Assumir qualquer compromisso com ela seria somente contar os dias para o fim, para a solidão. Mas também era uma questão de tempo esquece-la, aos poucos ele iria conhecer tantas outras garotas. Enquanto isso não acontecia Fabiano brigava contra a vontade de ver Laura, de falar com ela. Ah! E como ele queria! Se queria... . Ao fim, Fabiano optou por respeitar a distância que a vida imporia para separa-los. Decidiu não olhar mas para trás, decidiu não se arriscar em um amor o qual o fim era previsível e dolorido. Fabiano decidiu esquecer Laura, terminar tudo antes mesmo de começar.
Diz tanto sobre mim. Sobre as coisas recentes que aconteceram. Mas torço para meu fim ser diferente do fim da minha história. Sem mais.

domingo, 16 de agosto de 2009

Uma pausa


-Moço, por favor, um cascão com duas bolas de cereja! E...moço? bem grandes ok? E com cobertura de morango! Dá para colocar também aqueles rolinhos de biju? Obrigada!
Eu quero mesmo é viver, e esquecer do amanhã! Afinal, eu tenho todo o tempo do mundo!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Conversas aleatórias



Eu amo tudo o que foi

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.
(Fernando Pessoa)
-Porque realmente o passado anda super presente. Esses momentos de "ficar de madrugada no computador" dão nisso. As folhas caem, mas as árvores ficam. E ainda pernamecem por muitas primaveras.
(porque não dá mais espaço isso aqui?)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Muitas gotas


-Chovia, e somente seu guarda-chuva não era suficiente para barrar as gotas que insistiam em molhar. Celina caminhava o mais rápido que podia, mas caminhar rápido só faziam as gotas molharem mais e mais suas roupas. Não queria chegar em lugar nenhum, só queria apagar da memória a cena que acabara de assitir. Enquanto se esforçava para ficar seca, acontecimentos permeavam sua mente em total velocidade. Sempre havia achado estranho os sumiços de Henrique, mas nunca dera atenção suficiente para entender os motivos. Foi quando resolveu parar de atender as ligações dele que as explicações vieram, duras e frias, porém, verdadeiras. Henrique tinha outra, ou melhor, outras. Nunca faltava companhia para ele, sempre que Celina não atendia ao telefone, ou não podia sair, não era problema nenhum, ele simplesmente buscava na agenda o número da próxima, em ordem alfabética. E eram festas até altas horas, depois que Henrique já havia deixado Celina dormindo, na tranquilidade de sua casa. No entanto, não era tudo isso que magoava Celina era o fato de Henrique ter feito-a acreditar que era importante. Era que Celina queria ter tido mais tempo para conhece-lo, para conversar, para dividir qualquer coisa de sua vida com ele, queria ter tido mais tempo para saber com quem estava se envolvendo, por quem suspirava. Não teve, o tempo foi curto, e a verdade foi mais curta ainda, foi só Celina entrar no simples café para se abrigar da chuva, que tudo se tornou trasparente. Lá estava Henrique, com aquela menina que ela conhecia, que havia estudado com ela anos atrás, ambos abrigados da chuva, dividindo alguma bebida quente. Celina observou por alguns minutos, sorriu frente a ironia da vida, e se dirigindo a saída, abriu o guarda-chuva, e encarou a pequena tempestade. Não adiantava lutar contra a chuva mesmo, ela iria se molhar querendo ou não. Desse modo, Celina fechou o guarda-chuva, e saiu correndo. Correndo pelas avenidas vazias, correndo por entre os postes e carros, correndo pela vida. Apesar de tudo, ela já estava na chuva, só precisa agora se molhar.
Nota: Achei que seria bom lavar a alma. Agora acabou.
Por: Carolina

domingo, 9 de agosto de 2009

Mente vazia, dia vazio

-Uma vez eu li que passar no vestibular muda a vida da gente. Acredito que seja totalmente verdade. Mas para mim, agora, neste momento, não há nada de diferente. Talvez seja porque minha faculdade só começa ano que vem, e que ainda tenho metade do ano pela frente para estudar, ou não fazer nada. A certeza de que ano que vem será diferente é um imenso alivio, mas eu bem que queria algumas surpresas no hoje, e deixar o amanhã para pensar depois. A semana passou muito rápido, e agora que tudo está calmo novamente me surpreendo procurando no dia-a-dia pequenas novidades, que até agora, não apareceram. Eu sei que estou querendo de mais, que cada coisa tem seu tempo e que há uma enorme mudança para ocorrer e que com certeza vai ocorrer. Mas, eu queria mais. Queria telefonemas, queria presentes inesperados, queria conhecer pessoas extremamente interessantes, queria me apaixonar. Queria tudo isso de uma vez. Mas, queria agora, e por saber que agora tudo isso de uma vez se torna somente um pouquinho difícil, minha espera continua. Não tenho quase nada na cabeça hoje para deixar aqui, além dessa pequena reflexão. Continuo todos os dias acordando e esperando por alguma novidade assim, que deixe tudo de ponta-cabeça. Continuo sabendo que ano que vem, tudo será diferente, apesar de agora, isso não parecer tão real.


Eu tenho um dialogo para postar aqui, vou deixar para a próxima. E tenho também a continuação da história da Celina e do Henrique, que também fica para uma próxima. Sabe, o Henrique é muito bonito, mais creio que a Celina vai bater nele se ele irritar ela mais uma vez.

Aguardem.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Fora do ar


-Passada toda a euforia dos gritos e da histeria sobra somente a certeza que a caminhada até aqui foi extremamente reta. Apesar de por muitas vezes ter parecido ser tortuosa. Caminhar, dar um passo na frente do outro sem enxergar realmente o que está há frente é muito dificíl. Traçar metas, objetivos, e formas de chegar até o fim da estrada são meios de acreditar em um ideal maior, em uma realização. Acreditar. É somente o que posso dizer se alguém me perguntar o que me fez chegar até aqui. Foram quase 3 anos de estudo, de dedicação, de incertezas, de mudanças. Mudanças que ficaram mais claras e intensas quando resolvi perguntar a mim mesmo qual seria a minha real vontade. O meu real propósito. E foi quando abri os olhos para o que inevitavelmente eu não queria ver que as coisas começaram a dar certo. Foi com a paz de um espírito tranquilo que eu coloquei de ponta cabeça todos meus antigos conceitos pré-definidos. Foi acreditando na incerteza da estrada a frente que mais uma vez segui caminhando. Hoje, depois de estudar mais de 8 horas por dias, depois de perder festas, amigos, comemorações, que eu digo - consegui. E olho para trás e vejo que tudo antes mesmo do fim já fazia todo o sentido, e vejo que se fosse para fazer de novo eu faria exatamente igual. Digo que todo o esforço vale a pena, uma hora, todo ele vai ser recompensado. Saber que ano que vem eu estarei em uma universidade, com um sonho realizado, me deixa completamente fora do ar. Essa vitória prova para mim que é possível, que vale a pena acreditar. Eu sei que ainda não acabou, é somente a vitória de uma batalha, não da guerra, mas é uma vantagem enorme frente a tudo o que ainda tenho que enfrentar. Desculpe a falta de clareza, como já disse acima, é como se tudo estivesse fora do ar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Felicidade!


Bom, isso ai em cima é a lista da primeira chamada do vestibular de inverno na Faculdade Estadual de Maringá -UEM. E essa linha azul é onde está escrito o meu nome. Sim, meu nome está na lista, sim eu passei na faculdade. Um imenso alivío, uma felicidade incrível, extremamente dificíl de descrever. Gritos, ovos e batom falam por mim.
Farmácia-UEM-2010!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Agora, tenho que mentir...




-Celina já não sabia o que pensar. Depois de tudo o que acontecera no final de semana, não tinha mais nenhuma certeza do que sentia por Henrique. Sabia certamente que o beijo dele era maravilhoso, que seu perfume a deixava completamente trêmula e que seu sorriso...Ah, aquele sorriso! Fora isso, eles não tinham nada em comum. Os gostos eram totalmente opostos, os sonhos eram diferentes, os planos para a vida, as metas, tudo, tudo diferente, na maior ironia das antítises. E esses montes e montes de características conflituosas tinham se juntado ao trágico acontecimento de dois dias atrás, e só deixavam Celina ainda mais inquieta. Ele a havia deixado esperando, ligara avisando que iria ve-la, mais as horas se passaram e Henrique sequer aparecera. Nem telefonara. E Celina, que ansiava em beijar novamente os lábios de Henrique, dormira no sofá, com todas as espectativas frustadas. Dois dias se passaram sem notícia alguma, parecia que Henrique tinha algum dom misterioso de desaparecer quando Celina mais queria que ele aparecesse. E agora, com o coração vazio e a mente cheia de dúvidas, Celina procurava razões que confirmassem para si mesma que Henrique não era tão maravilhoso assim. Ela não queria mesmo era perder, dizer que havia se enganado, que mais uma vez seus olhos estavam fechados e haviam caído na velha armadilha da ilusão de se deslumbrar por um "rostinho bonito" que não é nada mais do que um "rostinho bonito". Ela queria conteúdo, e não falsas promessas e frases feitas, ela queria comprometimento e não palavras vazias em uma noite monótoma, ela queria verdade, e não as mentiras que ela havia contruído para tampar a própria visão frente a nítida e transparente realidade. Ela queria Henrique, e queria Henrique do jeito que ela queria que ele fosse. E ela sabia que o telefone ia tocar mais uma vez, e seria ele, e sabia também não haver mas espaço para dúvidas e incertezas. Quando o telefone tocasse, dessa vez Celina não atenderia, ficaria somente ouvindo o vago silêncio que há depois de uma ligação perdida.

Por: Carolina

Nota 1 : Uma continuação de "Para falar a verdade..."

Nota 2 : Agradeço a todos os que lêem. Mesmo que eu não faça idéia de quantos são.