sábado, 31 de dezembro de 2011

No último dia.

-2011 não foi um ano fácil. Mas também não foi o ano mais difícil. 2011 não foi tão mole, mas também não foi tão duro. Em minha vida, 2011 não representou nenhum desses extremos. Já tive anos mais complicados, e já tive anos mais relaxados. Não, 2011 não foi nada disso. 2011 foi um meio termo. 2011 foi morno. Nem quente, nem frio. Foi na temperatura certa. Morno. Teve lágrimas, muitas delas. Só que aprendi com elas, diversas e diversas vezes. Em 2011 teve risadas, e ri com vontade, de verdade. Em 2011 teve saudade, gritos, estresses, desânimo, força, tristeza, alegria, amor, raiva e muitas reflexões. Acho que 2011 foi um ano de abrir os olhos. Abrir os olhos e perceber que já era hora de encarar a vida como minha, de assumir as rédeas de meus desejos e sonhos, de guiar minha carruagem. 2011 foi um ano de me dar conta que muitos de meus sonhos estavam realizados, e se não estufasse o peito e brigasse por eles, simplesmente os teria perdido. 2011 foi um ano de conversas no escuro, de abraços, de risos abafados, de segredos, de intrigas, de deitar a cabeça do ombro dele e dormir, enquanto mil relatórios e provas me esperavam no dia seguinte. 2011 foi um ano de desafios. E eu não me dei conta disso até sua metade. 2011 foi um ano de testes. De me testar. Para que suportasse qualquer prova que se estendesse nesta estrada logo a minha frente. 2011 me mostrou quão bem eu fiz a alguns, e quão mal eu fiz a outros. E me ensinou a não questionar a vida e as vivências de ninguém sem saber quanta dor já viveu no peito daquela ou daquele indivíduo. 2011 me ensinou respeito, me ensinou mais uma vez paciência, me ensinou tolerância. E em troca me deu amor. 2011 me mostrou que tudo pode ser resolvido na conversa, e que esta é minha maior arma. Conversa. E em seu grande final, 2011 me deu infinitas ondas de saudades, e me mostrou que amigos sempre verdadeiros voltam, apesar de tudo. 2011 não foi espetacular, mas também não foi trágico. 2011 foi na medida. 2011 foi morno. E eu tenho certeza que em 2012 as coisas irão esquentar. Esquentarão muito. E eu espero por ele com doses e doses de água gelada e ventiladores. Estou esperando. Faltam algumas horas.

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"Se não faz sentido discorde comigo, não há nada de mais. São águas passadas escolha uma estrada e não olhe, não olhe pra trás."

Capital inicial

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Meu grande amigo

-Mas uma vez sou chamada por essas páginas para falar sobre tempo. Mas uma vez eu venho até aqui contar experiências e aprendizados que somente, ele, senhor dos minutos, me ensinou. As lições são preciosas...

Não corra contra ele. Não o desrespeite. Não o descontrole. Não o desobedeça. Tudo acontece no tempo necessário para o aprendizado, não para o entendimento. O tempo não explica. O tempo não perdoa. O tempo não para. O tempo sempre caminha. Adiante. E você deve caminhar com ele. Não se precipite. Não o deixe pra trás. Não o engane. E o mais importante, não ande na sua frente, nunca. Respeitar o tempo, o "andar da carruagem" é essencial. Não viaje por afobamento. Não antecipe amores. Não corra com os sonhos. Não fuja dos minutos ou queira que eles passem rápido de mais. Curta. Aproveite. Sinta. Se o tempo trás saudade, chore, grite, sofra, mas sinta profundamente essa saudade. Presença de mais enjoa. Se o tempo trás dor, ele também a tira. Se o tempo apaga amores, ele também trás e une novos amantes. Não se afobe. Não compre passagens e desafie o tempo. Aproveite cada minuto, junto ou sozinho. Perto ou longe. Se o tempo separa, ele também une. Se o tempo destrói, ele também constrói. E eu sofri muito com o tempo. Esperei de mais, sofri de mais com minutos intermináveis, mas acho que por isso aprendi a respeitar esse senhor. Questionei suas surpresas, me irritei com a tamanha paciência que tive que aprender a ter para entender os atos futuros do tempo, esse senhor. Senhor, hoje, meu amigo. Eu sinto o tempo, eu dou tempo. Eu entendo o tempo. Não tudo, claro, mas entendo seus passos, e entendo que tenho que humildemente andar com ele. Que tenho que atender suas vontades. Se não é hora, não vá. Se alguém se desagrade daquilo que se quer fazer, não faça. O tempo te dará outra oportunidade mais propicia. Não se afobe. Não se afobe nunca. Sinta essa calma que vem junto com a obediência. Respeite o tempo. E ele se tornará seu amigo. Assim como é meu.

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Queria que tantas pessoas lessem isso. Só espero que entendam.
Prontofalei.

domingo, 6 de novembro de 2011

Datas

-Eu queria fazer dessas linhas uma declaração de amor. Não uma declaração velada, como em outros textos. Secreta. Com subentendidos. E metáforas. Queria fazer uma declaração de amor aberta. De peito aberto. De alma aberta. Com todas as juras eternas que as declarações devem ter. Só que ao pensar em que palavras usar, percebi que todas seriam clichê. Que iria somente repetir palavras, não vazias, mas já a muito repetidas. E eu queria algo novo. Algo que arrepiasse. Algo que emocionasse. Algo diferente. Tudo com relação a amor já foi feito. Tudo com relação a amor já foi descrito. E me resta aqui, se for o caso, repetir. Repetir que te amo. Repetir que você é o homem da minha vida. Que sem você não tem sentido continuar. Mas que especialmente você me fez abrir esse blog, abandonado e empoeirado, e escrever palavras já ditas, por todos os amantes. As minhas são reais. As minhas sempre serão reais. E amor sempre será clichê. Filmes, músicas, poesias, textos, mostram, cantam, encantam e descrevem juras e juras de todos os tipos. A minha é sincera. A minha é de coração. A minha é de alma. Te amo. Assim para sempre. Assim sem limites. Assim clichê. Assim loucamente. Te amo. Sinceramente. Docemente. Inocentemente. Somente. Te amo.

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06-11-2011
Hoje faz exatamente um ano e seis meses que estamos juntos. Que demos nosso primeiro beijo.

Presente para você.

domingo, 25 de setembro de 2011

Para lá

-Qual será o próximo passo? Qual será o próximo destino? Para onde esta estrada me levará? Sinto que percorro a vida, pelos caminhos que planejei, mas não fui andando, fui levada. Levada a vários destinos, de várias maneiras diferentes, com vários desencontros e muitos encontros. Sinto que fiquei sentada, querendo e desejando isso ou aquilo e no momento em que me dei conta, já tinha tudo o que queria. Já vivo meus sonhos, já vejo alguns se desenvolvendo no futuro, já percebo que querer e batalhar por eles me trouxe até aqui mesmo sem perceber. Alguns anos atrás, deitava em minha antiga cama, em minha antiga casa, e antes de dormir imaginava como seria quando conseguisse algumas das coisas que queria. Hoje ainda acho que vou acordar com minhas paredes lilás, com meus bichos de pelúcia e com meus livros. Pensando mesmo que tudo não passou de um sonho. Só que eu vivo o meu sonho. Tão real, que até cansa. Tão vívido, que até já pensei em desistir. Não se desiste de sonhos, não se deixa para trás aquilo que foi dado a você. Não se deseja o passado árido e sem metas. E penso todo dia, qual será o próximo passo? Qual será o próximo destino? Não ouso percorrer correndo estas estradas, agora a minha frente. Não ouso deixar a curiosidade me levar. Não espero ansiosamente o dia seguinte. Sento e espero. Sento e espero o próximo nascer do sol. E com ele todo o brilho do próximo dia de meu sonho. O que virá a seguir? Não sei. Sonhos são obscuros quando vividos. Não se sabe o próximo passo e eu não quero correr. Tenho calma. Espero. Espero para ver qual o destino dessas estradas. Até agora elas não me decepcionaram. Somente confio. Confiante.

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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Um pouco de paz

- Não é fácil encontrar um equilíbrio. Um ponto de paz. Um pouco de paz. Tudo estressa. Tudo corre. Tudo foge ao controle. Tudo tira do sério. Tudo dificulta. Viver perturba. Conviver irrita. Entender é quase impossível. Olhar para o outro e saber o que existe por trás dessa ou daquela personalidade, não é natural. Ninguém respeita ninguém. Salvo raras exceções. E não estou condenando, estou elucidando. Eu também não consigo. Também não sou compreensiva. Também não sou amável. Também não sou caridosa. Não sou quando não quero. E ninguém é. Salvo raras exceções. O fácil é olhar e condenar, o fácil é apontar e rir, o fácil é passar e ignorar. O fácil é ser indiferente. Mas quando eu deito, a noite, percebo que talvez não esteja certamente agindo de maneira decente. Que tenho que ser mais compreensiva, mais amável, mais caridosa. Tentar entender o que acontece, e se não entender no mínimo, respeitar. Respeitar que tudo aparece, acontece ou surge no caminho de quem for, por algum motivo. E não estou, agora, defendendo o destino. Estou defendendo o encontro de um ponto. Um ponto de paz. Um pouco de paz. Baseado na reflexão. No pensamento. No respeito. Nada ou ninguém tem o direito de agradar quem for. Mas eu tenho a obrigação de pensar nas palavras que digo, nas atitudes que tomo, na conduta que assumo. Porque não tenho direito de chatear ninguém. Principalmente se a vida já cuidou de chatear de mais uma ou outra pessoa que conhecerei por essas estradas. É difícil encontrar um equilíbrio. Um ponto de paz. Mas não é difícil tentar. É necessário tentar.

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Existe uma razão.
Existe.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Horas vazias

-Eu não sou tão autossuficiente assim. É verdade que estou acostumada a fazer coisas sozinha, a não compartilhar com ninguém pensamentos, idéias, dúvidas, incertezas. É verdade que eu não me abro tão facilmente, que eu não gosto de parecer vulnerável, chorona, "molenga". É verdade que na maioria das vezes era somente eu e eu mesma, e sendo assim, não havia muita coisa a ser feita, a não ser, ser feita de maneira solitária. É difícil, então, passar a dividir tudo o que antes não era dividido com alguém. Uma relação. Duas pessoas, compartilhando. Não foi, e não é fácil, encontrar palavras. Até hoje não sei como lidar com muitas situações que tenho que mostrar um lado de mim, digamos, mais fraco. Só que ao meu ver, este não é o grande problema. O grande problema é que após passar alguns dias, horas, minutos, segundos, tendo companhia para as horas de resoluções de problemas ou simplesmente para as horas livres e preguiçosas, quando eu me vejo sozinha novamente fica realmente complicado aceitar. Aceitar que por enquanto não se vai cozinhar para ninguém, que não se vai discutir qual a melhor solução para aquele problema, que não se vai rir das piadas, que não se vai contar com a cumplicidade dos olhares. Toda e qualquer hora solitária passada por mim agora, é uma tortura. É uma forma de sentir que voltei ao inicio de toda solidão, por alguns segundos, minutos, horas, dias. E isso com certeza, não é algo que eu queira. Esse momento aqui, sozinha, pensando em onde irei almoçar, como irei almoçar, o que farei com esse tempo tão longo e tão triste após a ausência de alguma companhia que realmente me entenda, só me faz querer uma coisa. Só me faz querer uma coisa para preencher essas horas vazias, só me faz pensar em uma coisa para encher esse espaço ocioso. Voltar para casa. Quero voltar para casa.

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domingo, 7 de agosto de 2011

Desajuste

Poema em linha reta

Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)

"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos[...]. "



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Quem nunca se sentiu assim?
É somente uma fase, vai passar. Espero.

domingo, 17 de julho de 2011

Mais uma definição

-Saudade:

sau.da.de sf (lat. solitate) 1-Recordação nostálgica que faz pesar o peito e os ponteiros, tornando os dias muito compridos. 2- Vontade desenfreada de vê-lo(a), beijar, abraçar, morder e falar tudo o que vem na cabeça. 3- Sentimento sorrateiro que ataca quando ouve uma música ou olha para algo que o(a) lembre. 4- Verificação exagerada de relógios, calendários, caixa de e-mails, celular e fotos. 5- Sentir verdadeira falta, um buraco nos seus dias. 6- Vontade de nunca mais deixá-lo(a) partir para longe por muito tempo. 7- Necessidade de fazer cócegas e carinhos numa tarde vazia.

Livro da tribo.

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Abri minha agenda no dia de hoje para escrever algumas considerações, e me vi lendo esse textinho. Disse tudo. Nem precisei escrever mais nada.



(-Amor, te amo.)

sábado, 16 de julho de 2011

Repetindo

O que fazer com meus braços que pedem por seu abraço? O que fazer com meus lábios que pedem por seus beijos? O que fazer com a saudade, com a dor, com a ausência? Onde esconder o desespero de sua falta? Exagero? Pode ser. Loucura? Também. Mas todo amor de mais, todo amor exagerado, possui um pouco de loucura. Não sei o que fazer com os dias que ficam mais longos, com as horas que não passam, com as cores do mundo que perdem a graça. Difícil entender que queria você aqui? Difícil saber que, o difícil para mim é isso, esse vazio dizendo a cada dia que você está distante. E que vai demorar para estar por aqui outra vez. Não que eu queira todo seu tempo, não que eu queira você todo para mim. Eu só quero grande parte. Loucura? Exagero? Todo grande amor possui uma dose de loucura, uma pitada de exagero. Entendo se não puder, entendo se for demais. Só tenho então, sendo assim, que me virar de costas. De costas, assim, impossível ver as lágrimas.

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"Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche."

Martha Medeiros

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dessa vez

Gostaria de dizer tantas coisas nesse final de semestre. Gostaria de dizer tudo o que aconteceu, tudo o que passei, tudo o que senti. Mas o silêncio das palavras dentro de mim me dizem que o melhor que tirei de tudo isso é exatamente isso. O silêncio. Quando se está em silêncio se está em paz.
Aprendi minha lição.
Estou alcançando minhas metas.
Entendi que preciso mudar.
O caminho mais uma vez se abre a minha frente. Basta segui-lo. Deve bastar segui-lo. Pronta dessa vez, para o que irei encontrar pela frente.

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"Quanto mais um homem se aproxima de suas metas, tanto mais crescem as dificuldades"
Goethe

Vou em frente. Estou mais perto do que nunca agora.


domingo, 17 de abril de 2011

Não posso esperar.

-Eu não quero esperar para viver esse amor. Agora que tenho você. Agora que encontrei você. Eu não quero esperar para viver esse amor. Quero estar com você quando meu coração apertar e pedir sua presença. Quero estar com você quando meus braços pedirem seus abraços e quando meus lábios pedirem seus beijos. Quero estar com você quando a saudade de uma tarde só, a dois, bater violentamente e pedir sua presença. Quero estar com você. Pois existem momentos nos quais somente sua presença, somente você, me cura. Me cura de toda tristeza, de todo peso desse mundo, e toda responsabilidade da minha nova vida de adulta. Não quero esperar para viver esse amor. Não quero dias marcados, não quero esperar um dia, uma semana, um fim de semana, um mês. Não quero esperar que o dia esperado, o dia em que poderemos ficar finalmente somente nós chegue. Eu quero você, em uma tarde vazia, em uma noite fria, em uma hora inesperada e tediosa. Eu quero você assim, simples. Eu já esperei tanto tempo para um amor assim. Eu já esperei tanto por um amor assim, que hoje você me dá. E não quero esperar mais, não posso esperar mais. Não posso. Foram tantos dias pedindo por alguém, esperando alguém, e agora que tenho você é a hora. E se isso não for o certo, e se esse querer mais do que eu estiver, em todos os sentidos, errado, terei mais uma vez a paciência necessária para esperar pelo dia em que terei você comigo sem mais interferências. Hoje, por hoje, eu não quero mais esperar para viver esse amor. Simplesmente porque eu não consigo mais tirar meus olhos de você.

Sobre mim

-Eu não sei direito o que vim escrever aqui. Estava assim contemplando as antigas postagens desse blog e pensando em tudo o que já foi relevado, dito, confessado e desabafado por aqui. Foram muitas coisas. Muitos sentimentos transformados em palavras, histórias, metáforas e em linhas, linhas e mais linhas. As palavras sempre me ajudaram a dizer o que não queria, simplesmente, falar. Só que aprendi que por diversas vezes não adianta escrever. É preciso dizer, em voz alta. Conversar olhando nos olhos, expor de verdade todas as situações amenizadas em formas de histórias que de longe nem falam de verdade sobre mim. E é difícil. Olhar nos olhos de alguém e confessar isso ou aquilo, ouvir você mesma admitir um defeito, uma qualidade, um erro, um acerto, não é coisa fácil de se fazer. Mas, isso está sendo cobrado de mim ultimamente. As pessoas preferem que você assuma, que você aceite, que você fale. Elas preferem ouvir. E não ler. Elas preferem entender o que realmente se passa com você com explicações verbais faladas. Só que isso ainda é difícil para mim que me envolvi nessa teia de palavras digitais, e fiquei aqui acostumada a confessar tudo, e não confessar nada ao mesmo tempo. O treino, então, tem sido outro. Tem sido o que falar sempre mesmo que a vergonha incomode, mesmo que o orgulho atrapalhe, mesmo que ninguém esteja de verdade prestando atenção. O treino tem sido demonstrar mais as dores, os amores, as vergonhas, as qualidades, os defeitos e tudo o que existe dentro aqui, de mim. Eu prefiro escrever sobre tudo isso. Eu preferiria escrever sobre tudo isso. Mas acho que falar um pouco mais será melhor, a longo prazo, ou a curto prazo. Eu gostaria de voltar a escrever por aqui. E não é devido a esse novo aprendizado de falar ao invés de escrever que tenho aparecido pouco, ou melhor, quase nada, por aqui. É devido ao meu dia de somente 24 horas, ter sido muito curto. Eu realmente quero ter mais tempo. Eu realmente quero. Só que anda complicado. Por enquanto eu tendo entender todas essas novas cobranças da vida com relação a minha personalidade parada no tempo e pensar que futuramente talvez sobre algumas horas para eu contar histórias. Eu quero voltar a contar histórias.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Percepções

-Eu costumava achar que fazia poucas viagens. Até mudar de cidade e ter que freqüentar rodoviárias e empresas de ônibus pelos menos duas vezes por mês. Eu costumava pensar que conhecia pouca gente. Até me dar conta que atualmente não sei o nome de algumas pessoas que param para conversar comigo. Eu achava que não era tão inteligente assim. Até passar na faculdade que queria, estudar e dar conta de seminários, trabalhos, provas e aulas práticas. Eu pensava que nunca tinha conhecido o amor. Até ele bater de frente comigo, bater de frente mesmo, me derrubar e ai sim, se apresentar devidamente. Eu me considerava tímida. Até o dia em que dei aula para uma turma de 50 pessoas e quando terminei, não conseguia acreditar que "aquilo" era eu. Eu achava que os meus sonhos não iriam se realizar. Até eu me ver tão dentro deles a ponto de não perceber que já era real. Eu costumava reclamar da minha sorte (ainda reclamo) mas tenho que admitir que ela tem mudado. Eu costumava não ter fé em mim mesma. Mas acho que depois de tudas essas mudanças, é bom eu começar a mudar de idéia.

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Sem mais.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Ao longe



-No deserto, que atravessei. Ninguém me viu passar, estranho e só. Nem pude ver que o céu é maior. Tentei dizer, mas vi você tão longe de chegar perto de algum lugar. É deserto. Onde eu te encontrei. E você me viu passar, correndo só. Nem pude ver que o tempo é maior. E olhei para mim, e me vi assim, tão perto de chegar onde você não está. No silêncio uma catedral. Um templo em mim, onde eu possa ser imortal. Mas vai existir eu sei vai ter que existir, vai resistir nosso lugar.

-Solidão. Quem pode evitar. Te encontro enfim. Meu coração é secular, sonha e desagua dentro de mim. Amanhã devagar vem e me diz como voltar...E se eu disser que foi por amor, não vou mentir. Não vou mentir para mim. E se eu disser deixa para depois, não foi sempre assim. Eu tentei dizer, mas vi você tão longe de chegar, mais perto de algum lugar.

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Praticamente uma poesia. E nesses tempos de crise literária eu fico aqui, ouvindo música com a companhia da chuva.
Carnaval? Que carnaval?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Assim, desse jeito.






-Os dias estão difíceis. As mudanças são constantes. E eu gostaria de tranquilidade. Já não sei para onde ir, já não sei como agir, já não sei o que fazer.

Metamorfose complicada essa.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Anúncio

-Não foi uma semana fácil. E fiquei feliz por ela estar, finalmente, acabando. Reconhecer antigos erros, mudar antigas manias, corrigir antigas falhas, é sempre um trabalho desgastante. Estava na hora, afinal. Algumas de minhas neuroses chegaram a ponto de atrapalhar coisas importantes em minha vida. E nunca é demais repensar, e aceitar. Não é fácil. Mas é preciso. Mudar é preciso. Para continuar voando suave pelos ares da vida. Foi uma semana de reflexões. E acho que a mais importante delas, é também a mais triste. Eu sou uma pessoa solitária. Não adianta com quantas pessoas eu divida a vida. No final, quando todos estiverem fora para seus compromissos, eu estarei, novamente, sozinha. Nunca tive muitos amigos, nunca me abri totalmente a ninguém, nem sou lembrada com muita freqüência por aqueles que um dia estiveram comigo. É um fato. E um fardo. Não posso e não consigo no momento tirar outras conclusões sobre isso. Já me desgastei de mais pensando em motivos, explicações, hipóteses para eu, no final de cada capítulo, estar só, comigo mesma. Eu sou uma pessoa solitária. E esse não é um post triste. É um post de aceitação. Se é assim que deve ser, que assim seja. Talvez eu não tenha culpa nenhuma nisso. Talvez seja uma característica da minha existência nessa vida. Um ser solitário. Soa até poético. Estilo aquelas poesias melancólicas. Não é essa minha intenção. Só vim anunciar. Finalmente, espero, aceitei isso. Ou estou começando a aceitar. A vida é como é para cada um. Para mim ela é assim. Silenciosa. Solitária. Simples. Um único balão flutuante, pelo céu da vida.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Não olhe para trás

-Eu não consigo entender em qual parte do caminho deixei cair todos os meus amigos. Ou, em qual altura da subida, eles finalmente me abandonaram. A caminhada foi muito dura? A subida muito difícil? Eu não dei a eles atenção suficiente?

Já ouvir dizer que as vezes é você quem deve se importar com as pessoas, que deve ligar para elas. Só que e quando quem precisa ser valorizado é você mesmo? E quando você quer ser lembrado? Eu não faço falta?

Eu não devo ter conquistado as pessoas como realmente deveria. Porque se elas não voltaram, é porque nunca foram na verdade minhas. Sinto falta de todos eles. Mas sei que não seria a mesma coisa se voltassem.

Ainda me pego olhando para trás e procurando os motivos. Um dia, quem sabe, talvez eu descubra.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Para não passar em branco

"Caderno por estrear: um novo ano se aproxima, em meio ao ranço de amores na corda-bamba. O ano velho me cercou de inimizades conquistadas obscuramente, da hipocrisia cotidiana, me lembrando o quanto não marco nenhuma vida - sou volátil como os momentos breves, e nem sequer digna de fato de recordação. Que o novo se aproxime como todo seu esplendor e frescura - como boa espectadora, me resigno ao teatro infame, enquanto não sobrevém o ato final."

(Carina de Luca - Livro da Tribo)

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Mais um trecho de um livro retirado de minha agenda. Enquanto os dias passam e eu não tenho outra coisa a fazer a não ser deixar os pensamentos vagarem, e a mente descansar até se cansar de ficar a toa, leio os incríveis textos dessa agenda. A companheira desse ano, com seus escritos que cabem tanto em mim quanto ele, aquele que me deu essa agenda. E deixo a saudade de lado por alguns minutos para depois, retoma-la. Está no fim. Espero.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Para o terceiro dia do ano










-"Dia de limpar armários, revirar gavetas, separar o pouco que é meu do tanto que já se perdeu. Processo doloroso, é certo, mas cada vez menos: amadurecer tem suas vantagens. Cortar os laços deixa de ser tragédia sofocliana, olhos furados e um longo caminho de dor. Não: a graça está é no novo, e quem me dera viver só de começos (de reencontros). Trocar o amor que já se empoeirou pelas paixões sublimes, toques e lábios e o "eu te amo" pronunciado com tanto fervor e certeza. Fênix, quem me dera."
(Carina de Luca - Livro da Tribo)


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Estou novamente pensando naquele quarto branco, naquela paz, naquele silêncio. E naquele momento no qual nada mais existia. Seria somente você, seria somente eu, e todo o espaço que existe em um beijo. Todo o começo de um ano, assim, no silêncio de dois olhares, com as batidas de um só coração. Só que o quarto branco é sonho, o silêncio é de dor, de falta, e você não está aqui. Te amo.