terça-feira, 18 de maio de 2010
Enfim, adeus
Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto dela. Antes mesmo de poder conter.
-Por quê? - Perguntou
-Vivemos em mundos diferentes agora. Somente isso.
As palavras dele não pareciam ensaiadas. Pelo contrário. Possuiam uma estranha convicção de certeza inabalável. E tranquilidade. Os olhos eram calmos. E secos. Os dela já molhados estavam vidrados nas palavras e no seu significado, talvez, oculto. O desespero cedeu lugar para a angustia. E posteriormente a dor de mais uma despedida definitiva. Justo ela não sabia escolher as palavras para aquele momento. Olhou para ele.
-Eu somente não acredito que possa haver qualquer tipo de sentimento a distância.
Foi o que ele disse. Depois sorriu. O mais irônico dos sorrisos e caminhou para a porta. Ela estava ali. Sem reação. Forçando as conecções nervosas do seu corpo a funcionarem com coerência.
-Espere! - Conseguiu dizer.
Ele parou na eminência de abrir a porta. Com a mão na maçaneta, e se virou lentamente. Quase como se o tempo estivesse aos poucos se congelando. Ou quase como se ele tivesse todo o tempo do mundo para fazer o que quisesse.
-Não deve haver mais nada para ser dito. Não há mais explicações para serem dadas. Não há mais a que recorrer. É somente isso. E eu já estou indo embora.
Mais uma lágrima solitária escorreu pelo rosto dela. Início, quem sabe, de um ocenao próprio que logo se formaria. Balançou afirmativamente a cabeça. Ela sabia que não havia mais "porém" ou "por que". No entando sentia falta de algumas explicações, somente porque mais algumas explicações o manteriam ali durante alguns minutos a mais. O tempo havia acabado. Deu por si quando ouvi o clique metálico da porta se fechando. Vazio. A última lágrima solitária rolou rosto abaixo. As próximas viriam acompanhadas.
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Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência. Mas, dizem que a arte imita a vida. Tirem suas conclusões. Usei nesse texto algumas frases de um amigo meu. Ele me inspira. E eu nem mesmo sei porque. Dedico a ele esse texto.
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eu já vi essa cena.
ResponderExcluirmas como se justificar a mudança de um sentimento, peço só pra não o achar um sem-coração. acho q já estive no lugar dele. ou talvez no dela. o fato é q toda separação dói. o medo da solidão dói. mas a dor é sempre melhor do q uma vida sem amor.
As despedidas são sempre dolorosas.
ResponderExcluirInfelizmente não consigo lidar com elas.
Belo texto. :)
Eu ja tinha visto isto em algum lugar! ;D
ResponderExcluirTriste, mas como sempre muito lindo!!
Nossa, Carol... tenho uma só palavra: excelente!
ResponderExcluirAh... a tristeza é o mais belo dos sentimentos! As mais belas músicas são trsites, as mais profundas poesias são tristes... a tristeza é o reflexo de uma alma profunda.
Meus parabéns!
triste, mas muito bonito mesmo (:
ResponderExcluir:*
Carol!! Meu, sempre soube que você seria escritora, ou eu sempre sonhei com isso!!!!!
ResponderExcluirAmiga, você é sensacional!
Bjos e saudades
Carol
Relembrei umas cenas tristes da minha vida [nada exatamente assim, mas me fez lembrar daquilo que a gente guarda debaixo do tapete com medo do contato constante.. coisa que permanecem por perto]. Muito lindo. Bjbjbj ;*
ResponderExcluirselinho pra ti!
ResponderExcluir:*
Lindo...
ResponderExcluirAmei!!!
Bjs