quarta-feira, 9 de março de 2011

Percepções

-Eu costumava achar que fazia poucas viagens. Até mudar de cidade e ter que freqüentar rodoviárias e empresas de ônibus pelos menos duas vezes por mês. Eu costumava pensar que conhecia pouca gente. Até me dar conta que atualmente não sei o nome de algumas pessoas que param para conversar comigo. Eu achava que não era tão inteligente assim. Até passar na faculdade que queria, estudar e dar conta de seminários, trabalhos, provas e aulas práticas. Eu pensava que nunca tinha conhecido o amor. Até ele bater de frente comigo, bater de frente mesmo, me derrubar e ai sim, se apresentar devidamente. Eu me considerava tímida. Até o dia em que dei aula para uma turma de 50 pessoas e quando terminei, não conseguia acreditar que "aquilo" era eu. Eu achava que os meus sonhos não iriam se realizar. Até eu me ver tão dentro deles a ponto de não perceber que já era real. Eu costumava reclamar da minha sorte (ainda reclamo) mas tenho que admitir que ela tem mudado. Eu costumava não ter fé em mim mesma. Mas acho que depois de tudas essas mudanças, é bom eu começar a mudar de idéia.

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Sem mais.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Ao longe



-No deserto, que atravessei. Ninguém me viu passar, estranho e só. Nem pude ver que o céu é maior. Tentei dizer, mas vi você tão longe de chegar perto de algum lugar. É deserto. Onde eu te encontrei. E você me viu passar, correndo só. Nem pude ver que o tempo é maior. E olhei para mim, e me vi assim, tão perto de chegar onde você não está. No silêncio uma catedral. Um templo em mim, onde eu possa ser imortal. Mas vai existir eu sei vai ter que existir, vai resistir nosso lugar.

-Solidão. Quem pode evitar. Te encontro enfim. Meu coração é secular, sonha e desagua dentro de mim. Amanhã devagar vem e me diz como voltar...E se eu disser que foi por amor, não vou mentir. Não vou mentir para mim. E se eu disser deixa para depois, não foi sempre assim. Eu tentei dizer, mas vi você tão longe de chegar, mais perto de algum lugar.

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Praticamente uma poesia. E nesses tempos de crise literária eu fico aqui, ouvindo música com a companhia da chuva.
Carnaval? Que carnaval?