quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Em branco



-Amanhã, quando os ponteiros do relógio se encontrarem a meia noite, um novo chegará. Amanhã, quando os ponteiros do relógio encontrarem o número 12, mais 365 dias estarão novinhos "em folha" esperando nossos sonhos, vontades, esperanças, desejos. Mais um ano. Mais milhares de horas, bilhões de minutos, trilhões de segundos. Limpos, novos, e o mais importante, em branco. Em branco para serem vividos, em branco para serem escritos, traçados, rabiscados, usados e abusados. Em branco porque serão inéditos, porque todos irão vive-los ainda. Porque trazem com eles a esperança de fazer deles dias melhores. Dias que prometem. Dias que são esperados. Os dias novos. O ano novo. 2011.

Um a mais que 2010, um a menos do que 2012. É exatamente o ano para fazer acontecer. Para não esperar mais por aquela oportunidade, para fazer a oportunidade. Para acreditar na beleza de um sonho. Para pular de alegria. Para chorar de dor, de tristeza. Para viver um grande amor. Ou vários casinhos de amor. Para fazer tudo aquilo que não foi feito em 201o por cansaço, preguiça, falta de motivação. A promessa de um ano novo vem junto com a promessa de uma vida nova. De lavar a alma a meia noite do dia 31 de dezembro. De ver os fogos e lembrar da vontade de querer coisas novas, de querer renovar. Queria 2011. Queira que 2011 seja um ano novo de verdade. Um ano novo. Um ano em branco. Para que uma nova história, ou uma antiga história, seja escrita. Escreva seu 2011.

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Feliz 2011 para todos!
Obrigada por mais um ano junto comigo, junto com meus olhos de de carvalho.

-Hoje alguém esqueceu uma data importante. Mas, enfim, ele tem até o final do dia para lembrar. Esperarei.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Gratidão


Marília, 22 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel,

Como a carta do ano passado deu certo, resolvi escrever para o senhor novamente este ano. Espero que não se chateie com minhas palavras Papai Noel, pois sei que já sou grandinha para cartas. Só que penso que não existe idade para se ter fé. E eu tenho fé no senhor. Sabe, ano passado fiz vários pedidos, os quais, em sua grande maioria foram atendidos. Desse modo, não teria outro motivo para esta carta a não ser agradecer. O ano está acabando novamente, um ciclo se encerra, outro começa. Iremos contar os dias novamente, contar as semanas, os feriados, os fim de semana, as festas e os aniversários. Iremos fazer tudo de novo, de novo, para no fim, querer que tudo seja diferente. O meu ano foi diferente Papai Noel, o senhor sabe que foi. O meu ano foi totalmente inédito, um verdeiro mistério em todos os sentidos. E eu escrevo ao senhor, agradecendo. Obrigada por realizar meus sonhos, obrigada por permitir que eu fizesse parte daquela realidade que tanto sonhei ser minha. Obrigada por me fazer forte o bastante para enfrentar todas essas mudanças, esses turbilhões de mudanças. Obrigada por me fazer fraca o bastante para chorar na hora certa, pedindo ajuda, e obrigada por ter me ajudado. Obrigada por ter feito uma linha direta com seu superior lá nos céus para que, assim, quando fosse necessário, anjos pudessem me fazer companhia em horas de solidão. Obrigada pelas horas de solidão também, foi com elas que aprendi a querer momentos barulhentos com outras pessoas. Obrigada pelas dificuldades, pelas subidas, pelas escaladas, pelos problemas enfrentados. Obrigada pelos sorrisos, pelas alegrias, pelos beijos, pelos abraços, pelas vitórias, pelas festas, pelas palavras de carinho ditas. Obrigada pelas viagens, pelas novidades que vi, vivi, e ainda irei viver. Obrigada pelo amor que ganhei, pela vida de dividi, pelas lágrimas que derramei cada vez que meu coração partia e ele ficava. Obrigada. Obrigada por tudo. Obrigada pelo por-do-sol na cidade alaranjada e pelo amanhecer na cidade azul. Obrigada por ter me dado de presente, assim, em minhas mãos, tudo aquilo que humildemente desejava. Queria. Pedia. Obrigada por fazer de mim uma pessoa melhor a cada momento. Ou mais teimosa, mais que sabe que terá que mudar, e que quer ser mudada. Obrigada por me fazer terminar esse ano assim, contente, feliz, e com vontade de vencer o próximo ano que se inicia. Obrigada mesmo. Somente tenho motivos para te agradecer. E somente um pedido. Lembre-me, em todos os momentos de minha vida, que tudo o que ganhei foi batalhado, ganhado, suado. E que eu posso, eu consigo, se eu quiser.

Obrigada Papai Noel.
Obrigada mais uma vez pela atenção
Um Feliz Natal a todos os elfos, renas, e criaturas ai do Polo Norte.

Carolina

sábado, 18 de dezembro de 2010

A última



Marília, 18 de dezembro de 2010

Meus queridos olhos verdes,

Essa é, talvez, a última carta que te escrevo. A última de poucas cartas, e muitas palavras, sentimentos e lembranças. A última de uma série de confissões que dividimos. A última porque sinto, que finalmente, chegou ao fim. Chegou ao fim tudo o que teríamos para dividir durante o tempo que passamos juntos. Desde o nosso último adeus tenho pensado nisso. E mais uma vez os seus olhos verdes me disseram o que seria preciso fazer, quando sua boca calou-se para essa verdade. É hora das despedidas. É hora do último olhar, do último sorriso, do último abraço. Tudo termina aqui. Tudo deve terminar aqui. Juntamente com o ano que se finda, nossa história de compartilhamento e carinho também deve se findar.Não quero, porém, que as lembranças sejam apagadas, que a dor tome o lugar do amor, que a angústia roube o espaço da amizade que tivemos. Peço, e sei que peço de mais, que tudo fique. Que fiquem as memórias, as palavras, as tardes quentes, os dias frios, os segredos, os desejos, as cartas...Sim, peço que fiquem as cartas. Assim como seus olhos ficaram comigo em cada momento desse ano. Assim como seus olhos me acompanharam, e me incentivaram a cada passo. Seus olhos verdes. Seus claros e intensos olhos verdes. Seus distantes olhos verdes, opacos olhos verdes. É complicado explicar, mais, agora percebo porque eles não brilharam para mim na última vez que nos vimos. A verdade é que eles deixaram de brilhar já faz algum tempo. Desde do momento em que eles ganharam um substituto. Alguém mais próximo, mais presente, presente de verdade, de alma, de corpo, de coração. Não que você tenha deixado de ser importante, não que não pense mais, não lembre mais, não me inspire mais em você. Tudo tem seu tempo, meu querido. Tudo. E agora, assim como toda estação, tenho que deixar você para trás, e dar lugar a nova etapa que virá. Nova e maravilhosa etapa que virá. Acompanhada de amor. Amor que achei nunca encontrar. E que agora é presente. Você me acompanhou até aqui, guiou inicialmente meus pés para essa jornada. E agora, é hora de me deixar ir. Não sozinha, não estou mais sozinha. Me despeço de seus olhos verdes, me despeço dos conselhos, dos olhares, me despeço de tudo. Me despeço de tudo o que tivemos. Já é hora de eu ir. Já era hora de eu ir. Acho que falo por mim e por você quando digo isso. É hora dos caminhos se separarem, frente a encruzilhada do destino. Nos encontraremos mais a diante? Não posso dizer. Por enquanto, digo adeus. Por enquanto, digo que devo me despedir.

Esta, começou como uma carta explicativa, e termina como uma carta de despedida. No fundo, sei que esta sempre foi a finalidade dela. Quando seus olhos deixaram de ser a luz na minha estrada, quando outros olhos tomaram o lugar dos seus, percebi que isso deveria ser feito. Não guarda mágoa, não se chateie. Meu endereço é o mesmo. Esta é minha última carta, não precisa ser a última sua. É hora do silêncio falar por mim.

Adeus, adeus de verdade.
Obrigada por tudo. De olhos fechados, assino está carta, lembrando de tudo o que vivemos, pela última vez.

C.R.Z.
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sentir com V



-Viva. Viva a vida. Velozmente. Vagarosamente. Vigorosamente. Voe e volte. Voe e vá. Veja vistas vazias e vastos vales. Verdes. Vermelhos. Violeta. Viage. Vença. Vença valetas e viadutos, vulcões e ventanias. Vacile. E volte. Volte com vontade de vencer vinte vezes. Várias e várias vezes. Vá voando ver. Ver vagalumes. Veleiros e ventos. Vibre. Visualize vôos velozes. Verticais. Valentes vôos vindos de vagos vilarejos. Vigie. Vista-se de ventos e vá. Vá, que a vida vivida vale mais. Vale várias vezes mais. Varra vestígios de velhos vermes e venha ver valsas, veludos, versos versáteis e verdadeiros. Versos de verões, vermelhos verões. Versos visíveis para vocês verem. Versos inVisíeveis para somente verem. Versos vivos. Versos escritos. Escritos para serem sentidos. Sentidos com V.


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Esse textinho é uma velha aposta minha. Apostei com algumas pessoas que conseguiria fazer um texto inteiro só usando a letra V. Inteiro eu não consegui. Creia, é díficil. Mas, acho que até onde foi ficou até bom. Espero que gostem, e está paga a aposta. Venci?